Após mais de um ano em que os Policiais Civis do Estado da Bahia tentavam uma negociação com a gestão sobre salário de nível superior conforme previsto na Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado da Bahia, nº 11.370/2009, em seu artigo 46, parágrafo 1º, sem sucesso, os servidores decidiram entrar em greve durante 72 horas, a partir de oito horas desta sexta-feira (25).
Durante esse período está suspenso todo e qualquer serviço inerente aos Policiais Civis da Bahia. O movimento grevista já vinha sendo anunciado pela categoria há alguns meses, sempre sendo postergado, pois havia esperança por parte dos policiais que o governo chamasse a categoria para uma mesa de negociação.
Os grevistas afirmam que o ponto alto da crise entre o Estado e servidores foi quando o governo descumpriu a decisão judicial de não abrir uma mesa para diálogo com os servidores, como explica o presidente dos Policiais Civis da Bahia, Eustácio Lopes.
“A todo instante nós do sindicato estávamos avisando que o clima era tenso dentro das delegacias, entre os PCs era para deliberar a greve imediata. No entanto, acreditamos nos conseguiríamos negociar com Rui Costa, o ato do governo descumprir a decisão judicial de conversar conosco nos revoltou profundamente”, explica.
De acordo com o SINDPOC, em 2021 foram várias reuniões e manifestações em torno da pauta do salário de nível superior. No dia 01 de janeiro deste ano, teve início a Operação Padrão, com a proposta de denunciar desvio de função dos servidores, falta de efetivo, estrutura, dentre outras situações.
Ainda de acordo com o sindicato, também foram realizados vários Lockdowns nas delegacias, sendo que no último dia 10 de fevereiro aconteceu a manifestação com cerca de 2.500 policiais no Centro de Salvador.
No último dia 15 de março, em Assembleia Geral, Policiais Civis da Bahia deliberaram o estado de greve.
Segundo o líder do SINDPOC, Eustácio Lopes, a conta da greve desta sexta-feira cairá (25) sobre o governador Rui Costa.
“Rui Costa terá que ir até à imprensa explicar porque descumpriu a decisão da justiça de conversar conosco. Ele também terá que falar sobre a falta de estrutura nas delegacias, e por que, entre os 9 estados do nordeste, a Bahia é aquele que paga o pior salário ao policial civil enquanto no ranking nacional, o estado ocupa a 24ª posição”, comenta.
“Queremos afirmar para os meios de comunicação e sociedade baiana, que a partir de oito horas de sexta – feira entraremos em greve, e mais vez afirmamos que o movimento é uma resposta à falta de diálogo e bom senso do governador, que fica em seu gabinete enquanto a Policia da Bahia está entregue às traças”, finalizou Lopes.
Ascom / SINDPOC
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