Insatisfação e revolta marcaram a participação dos trabalhadores em educação de Juazeiro que lotaram a Câmara de Vereadores na manhã desta terça-feira (22) para protestar contra o exposto em projeto de lei enviado pelo executivo aonde o reajuste para a categoria chega ao número de 26%, mas com muitas ressalvas como observado pelo corpo jurídico da APLB Sindicato que, além de estar aquém dos 33,24% do piso nacional do magistério garantido por lei em todos o país, ainda retira da categoria diversos benefícios conquistados ao longo dos anos.
Na última sessão que teve presença dos professores, 14 dos 21 vereadores da Casa Aprígio Duarte deram a palavra de apoio total aos servidores da educação e se comprometeram a não deixar passar o projeto sem que houvesse discussão com a APLB ou que o valor fosse inferior à porcentagem integral e linear para a categoria.
O diretor da APLB Sindicato em Juazeiro, Gilmar Nery, disse que foi surpreendido com essa sessão já tendo em mãos o projeto que reajusta o piso nacional do magistério dos trabalhadores em educação. Ele reafirmou que a categoria está em greve porque o governo não aceitou a proposta da educação e mandou uma proposta de 11% que não contempla a educação.
"Agora nos deparamos com uma proposta de 26% linear que não está clara no projeto, e retira gratificações conquistadas há décadas. Vimos muitas 'pegadinhas' no projeto colocado na mesa de negociação. Estão dando com uma mão e retirando com a outra, pois as gratificações que incidem sobre o salário base passariam a incidir sobre o inicial da carreira. No projeto eles acabariam com a gratificação de regência de 30% que era da hora-atividade colocando no inicial da carreira, tirando do salário base de cada um dizendo que essas gratificações irão incidir sobre o inicial de carreira. É um prejuízo muito grande. Não se dá tirando", afirma o diretor da APLB Sindicato em Juazeiro, Gilmar Nery.
Após a sessão o vereador Alex Tanury disse que os vereadores receberam o projeto hoje e que é preciso ter entendimento entre governo, vereadores e APLB. "Só queremos que a prefeita dê o que é direito do professor. Acho que os vereadores têm que saber o que estão votando porque essa é uma classe que lutou muito para chegar às suas conquistas que não podem ser tiradas por uma gestão que quer fazer com que a educação em Juazeiro seja desmontada", afirmou.
Para o vereador Mitu é preciso que se chegue a um denominador comum após as discussões. Segundo ele, "o que não dá é esse governo querer tratar uma categoria tão importante quanto a dos professores com um rolo compressor, pois não senta com os sindicatos ou associações" e assegurou que seu voto será contrário caso o projeto não contemple os trabalhadores em educação de forma devida.
Após a sessão da Câmara a APLB foi convidada para uma reunião a fim de discutir o projeto com os vereadores e colocar de forma correta o que está acontecendo. "Estivemos na Câmara de Vereadores onde o projeto foi lido e apresentado sendo que alguns vereadores pediram vistas, após termos detectados várias inconsistências, inclusive de perda de direito de trabalhador como retirada de regência, transformando gratificações que incidia sobre o salário base para o inicial de carreira sob a justificativa de pagar o reajuste de 26% linear. Protestamos e contestamos o que foi posto e os vereadores nos chamaram para uma reunião com o procurador do município onde colocamos a insatisfação da categoria", esclarecei Gilmar Nery.
Ele informou ainda que a direção da APLB com uma comissão formada por professores e advogados esteve presente à reunião na Procuradoria onde foi apresentado o prejuízo que poderia advir do projeto sendo aprovado daquela forma. "Houve um compromisso do procurador do município de analisar outra proposta e apresentar ainda hoje. Vamos aguardar essa proposta que não contenha retirada de direitos, ou algo que possa mexer em nossas conquistas e no estatuto do magistério do servidor público e que venha o mais rápido possível. Solicitamos também que seja retirado do projeto de pauta até que se chegue a um consenso e fizemos uma contraproposta linear sem mexer nas conquistas dos trabalhadores em educação", finalizou o diretor da APLB Sindicato em Juazeiro, Gilmar Nery.
Ascom APLB Juazeiro
6 comentários
22 de Mar / 2022 às 18h17
Estamos acompanhando essas manobras maldosas do governo Suzana Ramos e só observando o comportamento de alguns colegas professores que estão em cargos ou estão aguardando uma boquinha. Continuem fazendo de conta que está tudo bem enquanto estamos nas ruas, na Câmara e onde mais for preciso para defender nossos e seus direitos. Continuem fazendo pose para fotos ao lado das inimigas da educação de Juazeiro. É preciso se respeitar e respeitar essa categoria que forma todas as outras e não teme e nem foge à luta.
22 de Mar / 2022 às 19h29
Professores q tão nessa situação agradeçam ao desgoverno de Paulo Bonfim. Foi por causa dele que foi eleito um governo pior.
22 de Mar / 2022 às 19h35
Só observando,a marreta veio pra destruir. Fico pensando o que leva pessoas a ter tanta maldade para querer destruir vidas,que com muita luta conseguiram adiquiri seus direitos, não dá pra entender principalmente pessoas que sempre trabalharam nessa área, realmente não para entender. Senhores vereadores analisem as pautas com responsabilidade e não fiquem em cima do muro,vcs estão ligando com vidas, não só do professores,mas de famílias,assumam o seu papel de fiscalizar com responsabilidade,o mandato não é vitalício.
23 de Mar / 2022 às 08h47
Tem certos professores que medem a gestão apenas pela valorização a eles. Se não são valorizados não presta, mas se são valorizados tá valendo e dane-se as outras categorias.
23 de Mar / 2022 às 17h04
Acho engraçado esses professores. Não gostam de Bolsonaro e agora tão feito urubu na carniça por causa do aumento de 33%. O que dinheiro não faz
23 de Mar / 2022 às 22h21
Que bela educadora essa secretária de educação, hein? Só foi alcançar um carguinho de poder que começou o massacre. Tantos anos oprimida e agora virou a opressora. Mas também, vem de onde? Da rede estadual de educação da Bahia, onde cada Direc tem um coronel e cada diretor de escola é um capitão do mato.