A taxa de desemprego no Brasil caiu para 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, recuo de 0,9 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior, encerrado em outubro.
Trata-se da menor taxa para o período desde 2016, quando o registro foi de 9,6%. Já em relação ao mesmo período do ano anterior, a queda foi de 3,3 pontos percentuais.
Apesar do recuo o país ainda soma 12 milhões de pessoas na fila por trabalho. O número representa queda de 6,6% (menos 858 mil pessoas) frente ao trimestre anterior. Já em relação ao mesmo período do ano anterior, a queda é de 18,3%, o que representa 2,7 milhões de pessoas a menos em busca de trabalho.
Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A população ocupada chegou a 95,4 milhões, alta de 1,6% (1,5 milhão de pessoas) ante o trimestre anterior e de 9,4% (8,2 milhões de pessoas) ante o mesmo período de 2021.
Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, disse que o setor de comércio influenciou positivamente o resultado.
"A expansão do comércio indica a manutenção da tendência de crescimento dessa atividade, principalmente, a partir do 2º semestre de 2021. No trimestre atual, a população ocupada no Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (18,4 milhões de pessoas) já supera a registrada no período pré-pandemia (trimestre móvel de dez-jan-fev de 2020) ", explicou ela.
NÚMERO DE EMPREGADOS COM CARTEIRA CRESCE
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exceto trabalhadores domésticos) foi de 34,6 milhões de pessoas, uma alta de 2% em relação ao trimestre anterior. Este número representa mais 681 mil pessoas com emprego que garante direitos trabalhistas.
Já na comparação com 2021, o crescimento é de 9,3% (ou mais 2,9 milhões de ocupados com carteira). A alta, segundo o IBGE, foi influenciada pelo comércio, indústria e setor de alojamento e alimentação.
INFORMALIDADE E RENDA MÉDIA CAEM
Em relação à informalidade, janeiro registrou 38,5 milhões de trabalhadores informais (o equivalente a 40,4% da população ocupada), taxa menor que a do trimestre anterior (40,7%), mas maior que o mesmo período do ano passado (39,2%).
O rendimento real habitual também voltou a cair: menos 1,1% em relação ao último trimestre e uma queda ainda mais expressiva, de 9,7%, frente ao mesmo trimestre do ano passado, ficando em R$ 2.489 de média.
Conforme o IBGE, nenhuma categoria apresentou alta no rendimento. Na indústria, houve queda de 4,1%, (ou menos R$ 102), mesmo com alta na ocupação com empregos com carteira.
País tem 4,8 milhões de desalentados
A população desalentada — aquela que desistiu de procurar trabalho — é de 4,8 milhões, uma redução de 6,3% (menos 322 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e de 18,7% (menos 1,1 milhão de pessoas) na comparação anual.
METODOLOGIA
A PNAD Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal.
Devido à pandemia de covid-19 o IBGE implementou a coleta de informações da pesquisa por telefone desde 17 de março de 2020.
Folhapress / foto: Marcelo Camargo-Agência Brasil
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