O primeiro dia de julgamento de João Victor Ribeiro, réu no caso da colisão que resultou na morte de três pessoas no bairro da Tamarineira, no Recife, em 2017, terminou sem a conclusão de todos os depoimentos ontem terça-feira (15). Após a ouvida da terceira testemunha, concluída às 19h, a juíza Fernanda Moura de Carvalho finalizou a sessão de júri popular, que será retomada nessa quarta (16), às 9h.
Para a decisão, faltam ainda os depoimentos de mais uma testemunha e do réu, João Victor, além das alegações finais da defesa e da acusação.
A terceira e última testemunha ouvida nesta terça foi a advogada Emily Diniz, que atuou como "madrinha" de João Victor no grupo Narcóticos Anônimos. O réu chegou a se internar em duas ocasiões para se tratar da dependência química. Ao chegar, alegando a condição de sigilo que envolve a relação de amadrinhamento, ela pediu para que o depoimento fosse dado com o plenário vazio, o que foi negado pela juíza.
A acusação também pediu que a testemunha fosse impossibilitada de depor por já ter representado João Victor no processo e trabalhar no escritório que o atende, mas o réu assentiu com a quebra do sigilo e a juíza permitiu a ouvida.
O depoimento teve vários momentos de tensão entre a testemunha, a defesa e a acusação. Questionada sobre os períodos de internamento e a relação do réu com as drogas, ela disse que, na segunda internação, o tratamento de João Victor foi interrompido pelos pais antes da alta e que ele continuou usando drogas depois de sair da clínica. "Ele era 'total flex'. Usava álcool, maconha e cocaína", afirmou.
A promotora Eliane Gaia, que apresentou a acusação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) contra João Victor Ribeiro de Oliveira, motorista responsável pela colisão ocorrida em 2017 no bairro da Tamarineira, no Recife, que deixou três pessoas mortas e duas feridas, afirmou, durante o julgamento que inicou nesta terça-feira (15) no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no bairro de Joana Bezerra, que o réu já costumava cometer delitos de trânsito e que não respeitava a vida alheia.
“Há muitas provas em desfavor de João Victor, principalmente a personalidade dele voltada exatamente para os delitos de trânsito. João Victor é uma pessoa que não valoriza a vida de ninguém, ele era um rapaz irresponsável no trânsito e tinha a certeza de que sairia impune em todos os delitos por ele cometidos, menos nesse", afirmou Gaia.
Emily também falou que João Victor lhe pediu ajuda em várias situações, mas, à medida que a dependência de tornava mais forte, o contato era mais esporádico. "Durante o ano de 2017, houve poucos pedidos de ajuda porque ele estava no uso da substância", informou.
Folha Pernambuco
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