Na última semana, o presidente Jair Bolsonaro informou que o ministro da Saúde estuda rebaixar a pandemia de Covid-19 no Brasil para endemia. Mas afinal, o que muda caso isso realmente aconteça?
O termo endemia é utilizado quando uma doença se torna recorrente em um país, como acontece, por exemplo, com a herpes simples. Essas doenças possuem, inclusive, uma resposta efetiva à população por parte da rede de saúde.
Neste caso, o começo da Covid-19 começou como um surto e depois uma epidemia na China e alguns países da Europa, passando a se tornar pandemia quando atingiu níveis mundiais, afetando um grande número de pessoas.
De acordo com a virologista Andréa Gusmão, tornar uma doença endêmica não significa que tenhamos apenas notícias boas. Atualmente, doenças consideradas endêmicas possuem alto grau de contágio e de mortes pelo mundo. Alguns exemplos são a tuberculose, aids e malária. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que somente a malária possua cerca de 240 milhões de casos e 640 mil mortes por ano.
"As doenças endêmicas já têm um perfil conhecido. A gente consegue traçar com dados epidemiológicos, monitorar o que vai acontecer e qual região vai ser afetada. É isso que a gente espera que aconteça com a Covid-19 nos próximos meses, que se torne uma endemia, podendo detectar a região afetada e intervir", explica Andréa Gusmão, que também é professora da Medicina UniFTC.
O que muda na prática?
Com a mudança para endemia, a Covid-19 deixa de ser tratada como uma emergência de saúde pública, retirando várias obrigações impostas atualmente para conter o avanço do vírus, como uso de máscaras, proibição de aglomerações, exigência do passaporte vacinal e realização compulsória de exames médicos.
"É preciso lembrar que a população vai ter sempre que estar colaborando. Nós teremos a vigilância epidemiológica lançando as medidas de controle quando houver um aumento de casos em uma região e em uma população específica. Além disso, vamos vacinar, vamos prevenir e vamos nos prevenir da Covid-19, porque a pandemia ainda está acontecendo", finaliza a virologista Andréa Gusmão.
Ascom UniFTC / foto: Agência Brasil
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