O aumento de casos da covid-19 causados pela variante ômicron e seus diferentes reflexos no organismo humano, pode ser uma das explicações para o recorde histórico de óbitos registrados pelos Cartórios de Registro Civil da Bahia em janeiro de 2022, o mais mortal desde o início da série histórica em 2003. Foi registrado um aumento de mais de 105% nos falecimentos por pneumonia em comparação ao mesmo mês de 2021.
Em janeiro de 2022 foram registrados 9.636 óbitos na Bahia, um aumento de 10,29% em relação a 2021, que registrou 8.737 mortes no mês, e que já havia registrado crescimento de 11,6% nas mortes em relação a janeiro de 2020, ainda antes do início da pandemia no estado. Já as mortes por pneumonia passaram de 455 em janeiro de 2021 para 937 neste ano. Em 2020, antes da pandemia, foram 530 mortes pela doença.
Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen/BR), abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos 7.658 Cartórios de Registro Civil do País -- presentes em todos os 5.570 municípios brasileiros -, e cruzados com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que utilizam como base os dados dos próprios cartórios brasileiros.
Outro dado observado pelos números de óbitos registrados pelos Cartórios brasileiros está relacionado ao crescimento de mortes por doenças do coração em janeiro deste ano na comparação com o primeiro mês do ano passado: Causas Cardiovasculas Inespecíficas (32%), AVC (13,4%) e Infarto (1,2%). Também registraram crescimento as mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) (156,4%), Indeterminada (44,4%) e Septicemia (24,8%). Já os óbitos por Covid-19 tiveram redução de 58,58% no período.
Mortes Violentas crescem
Enquanto o total de mortes em janeiro de 2022 na Bahia cresceu 10,2%, os falecimentos por Mortes Naturais -- aquelas causadas por doenças -- cresceram 4,5%. Já as Mortes por Causas Violentas -- aquelas em razão de homicídios, acidentes de veículos, suicídio, entre outras -- aumentaram 50,7%, o que mostra que a diminuição do isolamento eleva os índices de óbitos em razão de acidentes e crimes. Na comparação de janeiro de 2020, antes do isolamento, com janeiro de 2021, houve queda de 37,7% nas Mortes Violentas.
O número de óbitos registrados nos meses de 2022 ainda pode vir a aumentar, assim como a variação da média anual e do período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela COVID-19.
Da Redação RedeGN / foto: EFE / Raphael Alves
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