Jovens se arriscam em competição de saltos na passarela da Orla II de Juazeiro

Aos finais de semana, a Orla de Juazeiro tende a registrar um aumento no movimento, visto que muitas famílias aproveitam o descanso do final de semana para curtir o espaço de lazer. Entretanto, com a cheia do Rio São Francisco, em virtude do aumento da vazão no Reservatório de Sobradinho, esse movimento tem aumentado ainda mais nos últimos dias, causando, inclusive, grandes aglomerações, conforme vem mostrando a RedeGN.

O cenário bastante chamativo também tem intensificado uma prática antiga - e também muito perigosa: os saltos na passarela e nas pilastras situadas na Orla II da cidade. Jovens, em grande maioria, mas também adultos, tem se arriscado dandos saltos no rio, e neste final de semana, uma competição chamou atenção de populares.

Em vídeos que circulam nas redes, é possível ver os jovens pulando, em sequência, na passarela - que, diga-se de passagem, estava bastante aglomerada. Eles se arriscam fazendo movimentos rápidos e bruscos, como os chamados 'mortais', até que caem no Rio São Francisco. Em alguns momentos, é possível ver que o público que acompanha a 'competição' chega a se assustar com os movimentos de alguns dos participantes.

Morte em 2020

A prática é perigosa, ainda mais nesse período em que o rio está cheio e com a correnteza ainda mais forte. Em novembro de 2020, também num período semelhante a este, quando o volume do Rio estava maior em virtude também de aumento da vazão em Sobradinho, um jovem morreu após pular de uma pilastra no referido local.

O corpo do jovem de 21 anos, identificado como Luciano Bezerra, foi encontrado entre 6 e 10 metros de profundidade. Na época, o 9º Grupamento dos Bombeiros Militar (GBM) de Juazeiro apontou que o mesmo estava com um grupo de amigos, consumindo bebida alcóolica no local, e que, provalvemente, não conhecia o rio, e nem sabia nadar.

Perigo

A incidência de lesões graves na medula (trauma raquimedular) aumenta no verão, segundo a Sociedade Brasileira de Coluna (SBC), sendo os mergulhos a segunda principal causa das lesões medulares no país. Fora da estação quente, tais acidentes ocupam a quarta posição. Entre as vítimas deste tipo de acidente, 90% são jovens, na faixa etária de 10 a 25 anos.

A SBC alerta: saltar de cabeça é extremamente perigoso. Alguns traumas na coluna, em função desse mergulho de cabeça, podem levar a pessoa a ficar paraplégica ou tetraplégica. Dependendo do grau da lesão na coluna, pode ocorrer uma interrupção parcial ou totalmente das conexões nervosas do cérebro para os membros.

Mesmo em pé, o risco também é grande, visto a possibilidade de fraturar a perna, por exemplo.

Da Redação RedeGN