A Prefeitura de Juazeiro iniciou nesta segunda-feira (17), a retirada das primeiras famílias do tradicional bairro de pescadores do Angari. O local deve ser alagado nos próximos dias por causa do aumento da vazão do Rio São Francisco, que deve chegar a 4.000 m³/s até o dia 24 de janeiro.
Estava programada a transferência de 25 famílias, mas inicialmente apenas duas decidiram se mudar nesta segunda-feira. Dois caminhões foram disponibilizados para fazer a mudança dos móveis e ajudar no deslocamento dos moradores, que ficarão abrigados na Escola Municipal de Tempo Integral Paulo VI. Toda uma infraestrutura foi montada no local, com o apoio de diversas secretarias do município.
"A prefeita Suzana Ramos, logo que soube do aumento da vazão da Barragem de Sobradinho, reuniu todo o seu secretariado e formou uma força-tarefa para dar suporte e assistência às famílias ribeirinhas de Juazeiro. A prefeitura já efetuou compras emergenciais de colchões, cobertores, travesseiros, álcool em gel, água mineral e alimentos, tudo que essas pessoas precisarem estará à disposição delas. Lá no colégio Paulo VI uma sala será destinada, exclusivamente, para pessoas com sintomas gripais. Caso seja Covid, as pessoas serão conduzidas ao Hospital de Campanha. Aqui no bairro Angari o patrimônio desses moradores será guarnecido pela nossa Guarda Civil Municipal", ressaltou o titular da SEDES, Teobaldo Pedro.
Com receio do avanço do rio já próximo de sua residência, a cabeleireira Elaine da Silva Brito foi a primeira moradora a decidir deixar o Angari. Ela, no entanto, preferiu se abrigar na casa de familiares, mas agradeceu a ajuda da prefeitura para realizar a mudança.
"Esse auxílio está sendo muito importante, tanto para mim como para os demais moradores que não têm condições financeiras de pagar um caminhão de mudança para sair daqui. Então tá sendo um suporte bacana, tanto a disponibilização do colégio, que disseram que vai ter toda uma estrutura, vai ter pessoas da saúde, da educação lá. Eu não vou ficar na escola porque resolvi ir para casa de parentes. Mas eu estou achando bacana porque a prefeitura mostra que está presente", declarou Elaine da Silva.
Outras providências
Além do bairro Angari, a Prefeitura de Juazeiro está atenta a outras áreas ribeirinhas que poderão ser alagadas com o aumento da vazão do Rio São Francisco. Durante esta semana, a Defesa Civil irá monitorar a situação nas ilhas do município.
"Nesta terça-feira a Defesa Civil vai visitar as ilhas para ver como está a situação, vamos estar fazendo esse monitoramento de dois em dois dias, passando para ver se existe a necessidade de remoção das famílias desses locais. A gestão da prefeita Suzana Ramos se antecipou muito rapidamente a todo esse problema e preparou todas as equipes, pedindo para redobrar a atenção com as pessoas que neste momento estão em situação de vulnerabilidade. Toda a gestão municipal está empenhada com o sentimento de solidariedade que se faz necessário neste momento", finalizou o coordenador da Defesa Civil, Ramiro Cordeiro.
O trabalho de transferência dos moradores está sendo conduzido pela Secretaria de Desenvolvimento Social, Mulher e Diversidade (SEDES), Defesa Civil, com apoio da Guarda Civil Municipal, assistentes sociais e guarda-vidas do município.
Da Redação RedeGN
1 comentário
18 de Jan / 2022 às 09h03
A época de outros prefeitos pessoas do Angari receberam casas é o que se dizia a época. Ali é uma ´parea de risco, de proteção ambiental e portanto irregular, essas casas não deveriam permanecer ali. Seguindo ao pé da lei essas casas não estariam mais ali, mas certamente seria desumano, então que seja providenciado um local e construído casa e a área ter outra destinação. Fato semelhante acontece na Orla II com a entrega de quiosques e o aumento considerácel de novas barracas.