Rio São Francisco: Chesf e prefeituras reforçam alerta para moradores que estão nas áreas de ocupações irregulares

Depois de 12 anos, as regiões do Submédio e do Baixo São Francisco terão vazões em patamares elevados. A vazão está subindo gradualmente desde o dia 12 de janeiro e vai alcançar 4.000 metros cúbicos por segundo (m³/s) no próximo dia 24. Toda essa água na região árida do Nordeste brasileiro movimenta curiosidade e o turismo.

A partir da sexta-feira, a Cachoeira de Paulo Afonso, na Bahia, voltará a integrar a paisagem, que é um dos pontos turísticos mais conhecidos na região. 

Entretanto, é preciso haver atenção de todos às orientações das prefeituras, das defesas civis e das placas nas áreas de segurança da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e no entorno onde os vertedouros vão ser abertos. Áreas de banho sinalizadas como impróprias devem ser evitadas, em respeito à segurança.

Ao longo dos anos, a Chesf mapeou pontos mais sensíveis à elevação de vazão em decorrência de ocupações irregulares na calha do Rio São Francisco, que deve ser mantida livre para o curso natural das águas.  A Companhia já está em contato com prefeituras e defesas civis oferecendo todas as informações disponíveis.

Como os últimos 10 anos foram de estiagem no Velho Chico, a Chesf avalia que, atualmente, mais localidades devem apresentar pontos sensíveis a vazões da ordem de 2.500 a 4.000 m³/s, sendo fundamental a avaliação das prefeituras e defesas civis.

Confira, abaixo, alguns desses locais mapeados pela Chesf, por estado.

Trecho entre as usinas de Sobradinho e Luiz Gonzaga (Submédio São Francisco)
Pernambuco
Petrolina: possui áreas sujeitas à inundação com vazões a partir de 4.000 m³/s. As ilhas situadas a jusante de USB começam a ser inundadas com vazões acima de 3.000 m³/s. Destaque para o Balneário da Ilha do Rodeadouro, famoso ponto turístico da região, que começa a sofrer inundação com vazões da ordem de 3.000 m³/s;
Santa Maria da Boa Vista: Balneário da Ilha da Coroa sofre inundação com vazões acima de 3.500 m³/s. Olarias a montante do centro de Santa Maria, sofrem inundações com vazões de 4.000 m³/s;
Bahia
Juazeiro: possui áreas sujeitas à inundação com vazões a partir de 4.000 m³/s. Destaque para o bairro do Angari, situado abaixo do dique de proteção, sujeito à inundações com vazões a partir de 3.000 m³/s;
Abaré: Captação construída abaixo do nível da cidade e sujeita a inundação com a ocorrência de vazões superiores a 4.000 m³/s;
Trecho Usina de Xingó até a Foz (Baixo São Francisco)
Alagoas
Piranhas: Bares construídos dentro da calha do rio sofrem inundação com 2.500 m³/s;
Pão de Açúcar: Balneários sofrem inundação a partir de 3.000 m³/s;
Belo Monte: Balneários sofrem inundação a partir de 4.000 m³/s;
Traipu: Prainha inunda com vazões de 3.500 m³/s;
São Brás: Vazões acima de 4.000 m³/s causam inundações em construções próximas a calha do rio;
Sergipe
Canindé do São Francisco: Orla sofre inundações com vazões a partir de 3.000 m³/s;
Amparo do São Francisco: Balneários sofrem inundações com vazões a partir de 3.000 m³/s;
Porto de Folha: Povoados próximos a calha do rio sofrem inundação com vazões a partir de 3.000 m³/s;
Gararu: Balneários sofrem inundação com vazões a partir de 3.000 m³/s;
Telha: Balneário apresenta inundação com vazões superiores a 2.500 m³/s;
Propriá: Balneário apresenta inundação com vazões superiores a 3.500 m³/s;
Santana do São Francisco: Balneário apresenta inundação com vazões superiores a 2.500 m³/s.

Redação redeGN com informações Chesf Fotos Ney Vital