Caso Beatriz: Semelhança entre foto digital e suspeito preso chama atenção

Após mais de 6 anos, a luta dos pais da garota Beatriz Angélica pode ter chegado ao fim. É que a Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco informou no início da noite desta terça-feira (11), que por meio do trabalho conjunto das forças estaduais de segurança pública, chegou hoje ao autor do assassinato da menina Beatriz Angélica Mota, ocorrido em 2015, em Petrolina.

Segundo informou o G1, o DNA encontrado na faca, segundo o laudo pericial, é de Marcelo da Silva de 40 anos, que está preso por outros crimes. A TV Globo teve acesso exclusivo ao laudo final do Caso Beatriz, que não esclarece a motivação do crime, nem informa quais outros crimes são atribuídos ao homem que está preso em Salgueiro, também no Sertão pernambucano. Os peritos coletaram o DNA no cabo da arma, deixada no local do homicídio. A partir da análise, foi possível comparar com o perfil do assassino. O DNA dele fazia parte do Banco Estadual de Perfis Genéticos, diz a publicação.

Após a prisão do mesmo, internautas vêm fazendo comparativo e apontando semelhanças com as imagens divulgadas do suposto assassino. Em maio do ano passado, com o apoio da empresa Criminal Investigations Training Group, dos Estados Unidos, uma nova imagem do suspeito foi produzida e divulgada. Na época, os pais de Beatriz explicaram que a nova imagem não podia ser chamada de retrato falado, por não ter sido feita com base em depoimentos de testemunhasm mas ressaltaram que composição foi feita com tecnologia da empresa norte-americana.

Os investigadores fazem parte da Academia de Perícia Nacional dos Estados Unidos, mas não revelam o método de trabalho. Com a ajuda da animação, eles fizeram um vídeo do homem em movimento e criaram possíveis mudanças no visual. Eles realizaram a composição de imagens através das câmeras de segurança do Colégio Maria Auxiliadora. Com isso, passou-se a difundir, em massa, a foto digital do suspeito de ter assassinado Beatriz, que, inclusive, foi vista como bastante diferente daquela que foi realizada pela Polícia Civil.

Disque denúncia

O valor da recompensa para quem fornecesse informações sobre o paradeiro do homem suspeito de assassinar a menina Beatriz Angélica estava em R$ 60 mil. Antes o valor era R$ 30 mil, mas o caso voltou a repercutir na rede nacional em junho do ano passado no programa de Sikêra Júnior, ‘Alerta Nacional’, transmitido pela RedeTV.  Após divulgar o retrato falado do suspeito e relembrar o caso, na época, Sikêra afirmou que doaria mais R$ 20 mil para a recompensa.

Dias depois, um empresário de Petrolina também disse que doaria mais R$ 10 mil, fechando, portanto, em R$ 60 mil de recompensa.

Luta da família

Recentemente os pais de Beatriz Mota caminharam cerca de 720 km em busca de justiça. Ele saíram de Petrolina no dia 5 de dezembro, passando por diversas cidades em uma verdadeira cruzada por respostas sobre o caso da filha. Ao longo do trajeto, o grupo foi crescendo. Oito pessoas saíram de Petrolina. Mais de 50 chegaram ao Recife com os pais de beatriz. No Recife, os pais de Beatriz receberam mais carinho e o apoio de Mirtes Renata, mãe de Miguel, que morreu aos 5 anos após cair de um prédio de luxo no Recife.

Lúcia e o pai da menina, Sandro Romilton, cruzaram todo o estado para pedir providências ao governador Paulo Câmara (PSB). Ao chegar em Recife, após muita pressão, conseguiram obter apoio do governador Paulo Câmara para a federalização do caso. Apesar disso, a decisão final caberá à Procuradoria-Geral da República junto ao Ministério da Justiça.

Os dois foram recebidos pelo governador no Palácio do Campo das Princesas, junto com outras oito pessoas que caminharam com eles. O encontro também foi acompanhado por três deputadas estaduais, uma vereadora e um representante da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE).

Assassinato

Beatriz Angélica foi assassinada com 42 facadas dentro do colégio Maria Auxiliadora, um dos mais tradicionais colégios particulares de Petrolina. O crime ocorreu dentro da quadra onde acontecia a solenidade de formatura das turmas do terceiro ano. A irmã da menina era uma das formandas.

A última imagem que a polícia tem de Beatriz foi registrada às 21h59 do dia 10 de dezembro de 2015, quando ela se afasta da mãe e vai até o bebedouro do colégio, localizado na parte inferior da quadra. Minutos depois, o corpo da criança foi encontrado atrás de um armário, dentro de uma sala de material esportivo que estava desativada após um incêndio provocado por ex-alunos do colégio.

Inquérito

O inquérito colheu 442 depoimentos, 900 horas de imagens e 15 mil chamadas telefônicas analisadas. Até hoje, oito delegados passaram pelo caso, mas não conseguiram apontar o suspeito do crime, que ocorreu durante uma festa de formatura no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, onde a menina estudava. Ela foi atingida por 42 facadas. O corpo foi encontrado numa sala desativada da instituição de ensino.

Ao longo dos anos, os pais de Beatriz denunciaram supostas irregularidades no processo de investigação. E, por isso, desde 2019, insistem que o caso saia das mãos da Polícia Civil e vá para a Polícia Federal.

*com informações do G1

Da Redação RedeGN