"O nordestino, sertanejo só precisa de água para trabalhar e fazer fartura". A frase do agricultor Edmilson Cunha, proprietário da Fazenda Umburuçu, localizada na zona rural de Juazeiro é para comemorar os primeiros dias de janeiro 2022 e as chuvas têm saudado e alegrado o coração dos sertanejos e sertanejas.
Edmilson enviou mensagem para a REDEGN e através de video mostra a alegria dos sertanejos e também "cobra das autoridades uma política pública de recursos hidricos, pois, segundo ele "toda essa água poderia ser armazenada e servir para as comunidades durante os próximos meses".
Assista ao vídeo:
Localidades que há mais de quatro anos não registravam chuvas suficientes para o plantio, hoje já tem o molhado do cultivo. De acordo com dados da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), foram registradas chuvas que variam de 50 milimetros hoje, 12,5 a 90 milímetros em municípios do Sertão do Araripe, norte da Bahia e Sertão do São Francisco. No Araripe, Santa Filomena registrou o maior índice com 60 milímetros.
Reportagem da Articulação Semiárido, destaca que Com a mudança na paisagem, o verde tomou conta do cenário sertanejo, os barreiros agora com água e as cisternas transbordando mudaram o semblante das famílias agricultoras. Mais preparados para receber as chuvas, os agricultores e as agricultoras que possuem tecnologias de captação e armazenamento de água guardam neste período a água que vai manter a família e os animais durante a estiagem.
“Acho que a região pode dizer que está rica e a riqueza que temos é a água. Há quatro anos, que a gente não vê um período de chuvas como este. A minha cisterna-calçadão encheu e sangrou, todos os barreirinhos sangraram. Vou agora arranjar capim de corte pra plantar. Se Deus quiser vai ser janeiro, fevereiro e março de chuva”, prenuncia a agricultora Maria de Lourdes, que reside no povoado de Cristália em Petrolina.
Para os próximos dias, de acordo com informações da APAC há a previsão de tempo nublado a parcialmente nublado com chuva rápida de forma isolada
Nos anos 50, Luiz Gonzaga e Zé Dantas escreveram os versos Vozes da Seca. 'Vozes da seca' foi composta em protesto contra inércia dos governantes durante a seca. Entre os anos de 1950 a 1953, o nordeste sofreu uma das piores secas de sua história, deixando a população faminta. Luiz Gonzaga e Zé Dantas lançaram 'Vozes da Seca' em protesto contra a inércia dos governantes em relação às mazelas sofridas pela população.
Confira os versos:
Seu doutor, os nordestinos têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulistas nesta seca do sertão
Mas doutor, uma esmola a um homem que é são
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão
É por isso que pedimos proteção a vosmicê
Homem, por nós, escolhido, para as rédias do poder
Pois doutor, dos vinte estados, temos oito sem chover
Veja bem, mais da metade do Brasil tá sem comer
Dê serviço a nosso povo, encha os rios e barragens
Dê comida a preço bom, não esqueça a açudagem
Livre assim, nós da esmola, que no fim desta estiagem
Lhe pagamo inté os juros sem gastar nossa coragem
Se o doutor fizer assim, salva o povo do sertão
Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação
E nunca mais nós pensa em seca, vai dá tudo neste chão
Como vê, nosso destino, mercer tem na vossa mão
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