O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e o professor Chris Whitty, responsável pela saúde pública do Reino Unido, apelaram, nas últimas horas, à população para que evite a excessiva socialização antes do Natal. O país enfrenta nova onda de casos sem precedentes - nessa quarta-feira (15), registrou 78,61 mil infecções, o maior número diário desde o início da pandemia. A França já retomou restrições para viajantes do Reino Unido.
O número de casos confirmados de infecção pelo SARS-CoV-2, divulgado ontem pelas autoridades sanitárias, ultrapassa em 10 mil o máximo atingido em janeiro deste ano. Desde o início da pandemia de covid-19, o Reino Unido, com uma população de cerca de 67 milhões de pessoas, notificou mais de 11 milhões de casos e mais de 146 mil mortes.
Na origem desse aumento acentuado está, segundo as autoridades britânicas, a combinação entre as variantes Delta e Ômicron que, no início da semana, já levara o primeiro-ministro e advertir para um “maremoto” de infecções. Boris Johnson voltou a dirigir-se à população para pedir muita cautela na socialização. Ele rejeitou, no entanto, o fechamento de bares e restaurantes.
“Pensem bem antes de ir”, limitou-se a dizer, em entrevista coletiva. Ao lado do primeiro-ministro, Chris Whitty apelou, por sua vez, aos britânicos para que evitem “misturar-se com pessoas” desnecessariamente. Traçou também o prognóstico de novos máximos de infecções, à medida que a variante Ômicron se propaga.
A Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido vai começar a incluir as reinfecções nos seus boletins epidemiológicos diários. Whitty afirmou que o país enfrenta “duas epidemias”: a primeira, da variante Ômicron, “que cresce muito rapidamente”, e a segunda da variante Delta.
A Ômicron, destacou o médico britânico, está evoluindo em ritmo fenomenal: “Temo que tenhamos de ser realistas quanto aos recordes que serão batidos nas próximas semanas”.
Chris Whitty admitiu que a comunidade científica ainda não dispõe de todos os dados sobre hospitalizações, doença severa e mortes causadas pela Ômicron, mas lembrou que o que já se sabe é mau. “Não se misturem”
Whitty aconselhou o público a dar prioridade a eventos e celebrações “que realmente interessem”, uma vez que é elevado “o risco de infecção” em eventos sociais desnecessários.
O primeiro-ministro britânico insistiu na ideia de que o Natal deste ano será “consideravelmente melhor” do que o de 2020, já que o governo não está, no momento, contemplando a possibilidade de medidas reforçadas de confinamento.
A chefe executiva da Agência de Segurança da Saúde, Jenny Harries, referiu-se à variante Ômicron como “provavelmente a ameaça mais significativa” desde o advento da pandemia.
Ao falar a uma comissão do Parlamento, Harries estimou que “os números das próximas semanas serão espantosos, comparados com o ritmo de crescimento de casos visto nas variantes anteriores”. Ea admitiu que o serviço público de saúde pode estar em “sério perigo” com a Ômicron.
Ascom
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