Nesta quarta-feira (08), viralizou nas redes sociais em Juazeiro (BA) um vídeo em que profissionais da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) apreenderam mudas de plantas de um casal que comercializava no bairro João Paulo II.
O fato revoltou alguns populares que filmaram e consideraram um abuso por parte do órgão estadual. Na manhã desta quinta-feira, a reportagem da Rede GN conversou com Mércia Soares e Raimundo Sampaio, técnicos da ADAB que explicaram que a ação de fiscalização vai durar até esta sexta-feira, dia 10, porque foi constatada a entrada de uma praga “Cancro Cítrico” na Bahia cuja ação de investigação constatou a doença em alguns hortos (locais de comercialização) de Juazeiro.
A Adab explicou que o estado é o segundo em área plantada com cítricos e exporta frutos frescos para diversos países com regras rigorosas para entrada de produtos e, gera, a partir dos 38 mil hectares, cerca de 100 mil empregos diretos e indiretos. Para preservar o diferencial do estado que se mantém livre de pragas importantes na lavoura, a Adab investe no monitoramento e fiscalização de sementes, mudas, estacas e borbulhas, material propagativo de doenças e que podem contaminar os plantios.
Cancro Cítrico
Causado pela bactéria Xanthomonas axonopodis pv. citri, o cancro cítrico ataca todas as variedades e espécies de citros e constitue-se numa das mais graves doenças da citricultura brasileira. Não há medidas de controle capazes de eliminar completamente a doença. As plantas quando infectadas e a eliminação da bactéria de uma área exige a erradicação das plantas doentes e das demais suspeitas de contaminação.
A doença manifesta-se por lesões em folhas, frutos e ramos, e quando em altas severidades pode provocar a queda de frutos e folhas com sintomas. As lesões podem ter variações nas suas características, podendo ser confundidas com outras doenças e pragas.
SINTOMAS:
As lesões provocadas pelo cancro cítrico são salientes, o que não ocorre na maioria das outras doenças e pragas. Os primeiros sintomas aparecem nas folhas, e é nestas que encontram-se em maior quantidade, em comparação com a presença de sintomas em frutos e ramos.
Folhas: O primeiro sintoma visível é o aparecimento de pequenas lesões salientes, que surgem nos dois lados das folhas, sem deformá-las. As lesões aparecem na cor amarela e logo se tornam marrons. É a única doença conhecida com lesões salientes que aparecem dos dois lados da folha. Quando a doença está em estágio mais avançado, as lesões nas folhas ficam corticosas, com centro marrom e um anel amarelado em volta.
Frutos: A doença se manifesta pelo surgimento de pequenas manchas amarelas, com um ponto marrom no centro, que aos poucos vão crescendo e podem ocupar grande parte da casca do fruto. As manchas são salientes, mais superficiais, parecidas com verrugas, de cor marrom no centro. Em estágio avançado, as lesões provocam o rompimento da casca.
Ramos: As lesões também são salientes, na forma de crostas de cor parda.
CONTROLE:
Como não existe método curativo para a doença, a única forma de eliminar o cancro cítrico é por erradicação do material contaminado. No entanto, só a erradicação das árvores contaminadas não garante a eliminação da bactéria causadora do cancro cítrico. Também é importante eliminar as rebrotas que surgem na área onde foi realizada a erradicação e queima das árvores. Essas rebrotas podem estar contaminadas pelo cancro cítrico.
Todo o material (como enxadas), máquinas e implementos (trator e grade) usados na eliminação das rebrotas devem ser pulverizados com bactericida.
A área (talhão) onde o foco da doença foi encontrado fica temporariamente interditada. Os demais talhões podem ser comercializados, depois de inspecionados. Não é permitido o replantio de citros por um período de dois anos, nas áreas que tiveram plantas erradicadas por causa da doença.
Da redação
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