Preocupados com a repercussão negativa acerca do anúncio de filiação do presidente Jair Bolsonaro, os dirigentes do PL vão se reunir, hoje, em Brasília, para decidir os próximos passos da legenda. O chefe do Executivo recuou da aliança com o partido de Valdemar Costa Neto, por ora, alegando problemas em palanques estaduais, como o de São Paulo.
O PL avisou ao restante do Centrão que, se Bolsonaro recuar da filiação, Costa Neto poderá liberar diretórios estaduais na eleição de 2022 para apoiarem o candidato que quiserem, como os de oposição ao governo.
Esse eventual apoio pulverizado da legenda é o motivo pelo qual ministros do governo defendem o ingresso do presidente no partido. A leitura é de que o casamento entre Bolsonaro e PL inviabilizará o respaldo da sigla a Lula no próximo pleito.
Outro motivo do atraso na filiação seria o pedido de Bolsonaro para que o partido apoie o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, em uma eventual candidatura ao governo do estado de São Paulo. O PL tem acordo para avalizar a candidatura do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) ao Palácio dos Bandeirantes. A sigla de Costa Neto compõe a base aliada do governo paulista - comandado por João Doria (PSDB), inimigo político de Bolsonaro - e tem o controle de estruturas importantes, como o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER).
Na terça-feira (16/11), em Lisboa, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que pode ter havido precipitação no anúncio de filiação de Bolsonaro ao PL. "Talvez, o anúncio tenha sido de maneira açodada; talvez, tenha sido apressado; talvez, o anúncio ainda careça de um amadurecimento que, não tenho dúvidas, o Partido Liberal e o presidente da República deverão fazer para chegar a um bom termo com relação à filiação do presidente", disse, em entrevista à CNN.
Lira frisou que as portas do PP nunca estiveram fechadas para Bolsonaro, mas que também não pode dizer que elas ainda estão "abertas".
Jornal Estado de Minas Foto Ilustrativa
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