Artigo - Quem sabe faz bem feito

Insistir em fazer o que ainda não aprendeu é como 'se meter onde não foi chamado', ou como diz o bom baiano: 'querer entrar no jogo sem ficha'. O desejo não se completa quando o sentimento é aventureiro. Aquilo que se pensou e achou que sabia, envolvido apenas na necessidade de realizar egoistamente um intento pessoal, inevitavelmente será frustrante para o 'sonhador', com resultado desastroso.

Um bom sonho pode virar realidade, desde que se busque uma realização de forma a não prejudicar os que sonham diferente. É bom saber que vontades e objetivos caminham juntos até uma tal de vaidade aparecer para bagunçar o coreto.

Planejamentos e atitudes fazem parte da vida. Enquanto um tem o papel de formalizar o outro cuida da parte da decisão, uma espécie de teoria e prática, essenciais na formação não só profissional como de conceitos sociais. Uma ação mal planejada tem a probabilidade quase cem por cento de obter um resultado fatalmente negativo. Não existirá eficiência naquilo feito por quem não possui experiência. Quem sabe faz bem feito e quem não sabe 'armenga', isto é fato.

Tentar fazer algo difícil para chamar atenção de determinado público é como se virar nos trinta, e o tempo é o principal desafio para quem precisa executar alguma tarefa. A protelação é um hábito que pode e deve ser modificado, mas - não como regra - vez em quando faz bem deixar para amanhã o que gostaria de fazer ontem. Vários aspectos justificam tal narrativa, sendo uma das principais o fato de se ganhar tempo, ou até mesmo treinar, para evitar que decisões tomadas de forma precipitada resultem em graves e desastrosos erros.

O que não pode e não deve é deixar para fazer o que considera essencial e correto 'depois de amanhã'. Aí já fica muito tarde e adeus saudade.

Quando se trata de gestão pública, o mínimo conhecimento em planejamento e relações humanas é essencialmente obrigatório. Não se deve levar na brincadeira aquilo que envolve o coletivo. O comportamento pessoal reflete diretamente na gerência administrativa. O compromisso resultante da confiança de parte da população não pode destoar com atos que ponham em xeque o sentido real da função. Quando não possui, a principal fantasia a ser usada é a da transparência, integridade e empoderamento, durante o tempo que tiver como timoneiro. Já a humildade e a honestidade, além de qualidades, são preceitos inevitáveis do cidadão, em qualquer posição que esteja.

Por Gervásio Lima