Campanha 'Tenho Sede' feita pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) avança com objetivo de construir 1 milhão de cisternas

Democratização da água através da construção de cisternas no semiárido brasileiro. Esse é o objetivo da campanha 'Tenho Sede' feita pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA).

Diferente de criar  grandes açudes em terras particulares, o projeto prevê a implementação de um milhão de cisternas na região. As cisternas serão estruturadas ao lado das casas para que as famílias da zona rural dos municípios consigam acumular a água da chuva e utilizar para benefício do próprio.

O acesso à água de qualidade também resulta no aumento da frequência escolar, a diminuição da incidência de doenças em virtude do consumo de água contaminada e a diminuição da sobrecarga de trabalho das mulheres nas atividades domésticas.

"A concentração da água tem um impacto ainda muito mais perverso na vida de mulheres e crianças. Normalmente responsáveis pelo abastecimento da água da família, [elas] precisam andar quilômetros atrás de água, muitas vezes de má qualidade, e essa água tem trazido diversos problemas com relação à saúde, em especial a mortalidade infantil", afirmou Antônio Barbosa, coordenador do P1 + 2, projeto que faz parte do Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido, ASA. 

De acordo com a ASA, as comunidades e famílias são selecionadas a partir dos critérios pré-definidos na estrutura do programa e que estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). Depois de selecionadas, as famílias participam do Curso de Gerenciamento de Recursos Hídricos (GRH) que aborda questões relacionadas ao semiárido e ao cuidado com a cisterna e a água.

Após as capacitações, o passo seguinte é a implementação da cisterna. A construção é feita de placas de cimento pré-moldadas e erguidas ao lado das casas por pessoas da própria comunidade capacitadas nos cursos de pedreiros oferecidos pelo programa. A cisterna tem o formato cilíndrico, é coberta e fica semienterrada.

O funcionamento prevê a captação de água da chuva aproveitando o telhado da casa, que escoa a água através de calhas. Trata-se de uma tecnologia simples, adaptada à região semiárida e de fácil replicação.

Cada cisterna tem capacidade para armazenar 16 mil litros de água, volume suficiente para abastecer uma família de até seis pessoas durante o período de estiagem que pode chegar a oito meses. O seu funcionamento prevê a captação de água da chuva que cai no telhado da casa e escoa para a cisterna através das calhas.

Em todas as estruturas são instaladas bombas manuais para retirada da água, placas de identificação, calhas, tampas, coadores, telas de proteção e cadeados. Todas as tecnologias são georreferenciadas, ou seja, são coletadas as coordenadas geográficas de longitude e latitude que permitem a localização.

A campanha chegou ao conhecimento do cantor baiano Gilberto Gil, que regravou a música que dá nome à campanha. Os direitos autorais serão revertidos para o projeto.

*Os interessados em contribuir com a ação podem doar através do link https://asabrasil.colabore.org/tenhosede/single_step, ou clicando no título 'Tenho Sede'

Site Asa Bahia