Ele faria 80 anos neste outubro de 2021, ano ainda da pandemia da covid 19, esse maldito vírus que o levou junto a 380 juazeirenses, e a mais de 600 mil brasileiros.
Dizem que filho de peixinho, peixinho é. No caso dele, filho de político, virou um peixão. Para os seus afetos, seus amigos, eleitores e até para os seus adversários ele era um peixão. Alto, sempre esguio, sorrisão de canto a canto, voz firme e conciliadora ao mesmo tempo, um bon vivant, um gentleman, um bom camarada. Farto na risada e na opinião. Astuto, sábio, sagaz, um meninão que ficou velho, cumpriu sua missão e se foi.
Deixando o seu legado na vida de Juazeiro da Bahia, seu berço, sua catedral, seu castelo branco, rua da Apolo da casa onde nasceu, das ruas por onde andou, do recanto do seu bom dominó, da casa do povo, do paço, do compasso de seus passos que são seguidos como rastros, pelos seus.
Nasceu de um ramo longínquo da árvore genealógica dos Tanuris, possivelmente em terras do Líbano. O tipo físico pode até remeter a este lugar que ele jamais pisou, pois seu solo era regado pelo Velho Chico, de Juazeiro da Bahia. Onde nasceu, viveu, fez filhos, amores, amigos, histórias, projetos, obras, e dedicou toda a sua existência.
Ele amava tanto esta terra, que aqui estão as cinzas do seu amor e devoção. Como que um pedido de que não esqueçam da sua figura impotente, por natureza, e de seus sonhos por uma Juazeiro forte, linda, livre, a melhor e mais bela cidade para se viver.
Todo esse amor pela terra das Grotas, padroeira que ele tanto venerava e era um seu devoto, vinha do pai, dizia ele nas suas agradáveis conversas. Foi Américo Tanuri que lhe deu nome, de batismo, e na política também.
Disso ele tinha muita honra. Mas antes de ser filho de "Seu" Américo" e de Dona Mariá Tanuri ele era um predestinado a entrar para a história de Juazeiro, onde atuou nas diversas posições, como secretário, vereador, vice-prefeito, prefeito, defensor sem cargo algum, amante incondicional, cidadão, sempre cidadão juazeirense.
José Carlos Tanuri, um zeca dos becos de sua cidade, das feiras livres, do Estádio Adauto Morais, dos palanques, do plenário e do gabinete da presidência da Câmara de Vereadores. Pai dos filhos seus, dos vizinhos e dos amigos também. Um pai de família exemplar, que acolhia a quem lhe viesse, sem distinção, e de coração aberto. Dono de uma simplicidade modelar, autêntico, verdadeiro e amigo da sua gente, amigo das gentes.
José Carlos Tanuri, um cidadão do bem, um vulto, personagem forte da história de Juazeiro da Bahia.
Ele está na história desta terra abençoada pelo Velho Chico e por Nossa Senhora das Grotas.
O seu orgulho de ser juazeirense, é inspirador e necessário aos seus conterrâneos, que precisam acreditar mais nesta terra mãe.
José Carlos Tanuri é história para fazer parte do livro de Juazeiro. História com tantos capítulos, e que será contada neste outubro de primavera, como uma forma de dizer à Princesa Juazeiro que um filho seu a amou, sem reservas, e jamais fugiu à luta.
Como dizia Zé Carlos, "vale a pena amar Juazeiro". Que sigamos todos nós, juazeirenses, este conselho de quem viveu Juazeiro, com toda intensidade, trabalho e gratidão!
Ascom/Alex Tanuri
2 comentários
08 de Oct / 2021 às 14h41
Fica a saudade.Será para mim como sempre o chamava Zeca Tanuri.
08 de Oct / 2021 às 16h02
Grande homem. Deixou um grande legado. Cara exemplar. Juazeiro precisa de mais homens desse quilate. Sou sentosseense, " gosto de Juazeiro e amo Sento-Sé"