Comitê manifesta grande preocupação quanto a operação dos reservatórios na bacia hidrográfica do rio São Francisco

"A liberação de elevação das vazões defluentes dos reservatórios de Três Marias, Sobradinho e Xingó nos meses de setembro, outubro e novembro tende a levar os volumes úteis dos respectivos sistemas a valores inferiores a 20% ainda no mês de novembro, o que eleva, sobremaneira, o risco de crise hídrica e desabastecimento dos outros usos da bacia em momento posterior, sem contar com os impactos já acumulados e devastadores sobre a vida aquática no rio São Francisco e seus afluentes".

Este é parte do texto que alerta feito ao Ministério das Minas em Energias. A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) realizou, no início desta semana, a videoconferência mensal que tem o intuito de discutir as condições hidrológicas da bacia do Rio São Francisco. 

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou as condições hidroenergérticas atuais e as premissas de defluências médias em Sobradinho considerando os usos consuntivos mais a evaporação da água no trecho Sobradinho-Xingó, visando o armazenamento de Itaparica em valor maior ou igual a 30%.

As defluências também objetivam manter o reservatório de Sobradinho com volume útil superior a 15%. nos próximos meses.  O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Maciel Oliveira, durante a sua fala fez a leitura do ofício elaborado pelo CBHSF e encaminhado ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

No ofício, o Comitê manifesta grande preocupação quanto à forma como vem sendo realizada a operação dos reservatórios para aproveitamento hidrelétrico na bacia hidrográfica do rio São Francisco, elevando o risco de crise hídrica na citada bacia e falta de água para atendimento aos seus usuários se as chuvas do período úmido atrasarem e não forem satisfatórias.

“Encaminhamos o ofício também à ANA, CHESF, CEMIG, governos e secretarias estaduais de Meio Ambiente e ao ONS. Como os senhores observaram, a nossa maior intenção é salvaguardar a resolução que foi criada e debatida por esse grupo, em conjunto, durante essas reuniões que são muito bem conduzidas”, disse Maciel.

O coordenador da Câmara Consultiva Regional do Baixo São Francisco, Anivaldo Miranda, reforçou a importância do envio dos ofícios às autoridades e ressaltou a necessidade de todos olharem para o futuro.

“Não estamos vivenciando tempos normais em se tratando da crise hídrica e precisamos criar meios para minimizar os danos ao rio São Francisco. A bacia do São Francisco tem peculiaridades que a diferenciam das demais e é fundamental encontrar soluções que não prejudiquem ainda mais o ecossistema. Todas as médias históricas do ano, por exemplo, encontram-se abaixo da expectativa, de acordo com a apresentação do CEMADEN, e é necessário agir”, disse.

A próxima reunião está marcada para o dia 03 de novembro, a partir das 10h. Esta videoconferência que avalia as condições hidrológicas da bacia do Velho Chico ocorre na sede da Agência Nacional de Águas, em Brasília (DF) e é transmitida para os estados da bacia. Desta reunião participam o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), usuários, governo, irrigantes, entre outros.

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redação RedeGn com informações CHBSF