O Banco Central divulgou nesta quinta-feira (30), pela primeira vez, sua previsão para a economia do ano que vem.
A autoridade monetária vê alta de 2,1% do PIB (Produto Interno Bruto) de 2022 e, para este ano, de 4,7% ante a previsão anterior de 4,6%, divulgada em junho.
Em seu Relatório Trimestral de Inflação, o BC diz que indicadores econômicos recentes sugerem continuidade da evolução positiva da atividade doméstica, que contempla recuperação robusta do crescimento da economia ao longo do segundo semestre.
Diz ainda que a continuidade do arrefecimento da pandemia e os níveis de confiança maiores que os vigentes há três meses favorecem a recuperação da atividade e do mercado de trabalho.
Em horizonte mais amplo, a normalização da cadeia de insumos industriais, mesmo que apenas gradual, também deve ter efeitos positivos sobre o crescimento, ressalta, assim como preços internacionais de commodities ainda elevados, o que é positivo para o agronegócio e para a indústria extrativa, diz.
Apesar desses pontos positivos, o BC destaca alguns fatores que podem restringir o ritmo de recuperação no segundo semestre deste ano e durante 2022.
“No curto prazo, choques de oferta afetam negativamente atividade e consumo. Adicionalmente, o ciclo de aperto monetário, cujos efeitos devem ser sentidos principalmente em 2022, tende a diminuir o ritmo de fechamento do hiato”, diz.
Na visão do mercado, refletida no Boletim Focus, que reúne a estimativa de mais de 100 instituições, a economia deve crescer 1,53% no ano que vem ante 2% previstos há quatro semanas.
Já as perspectivas para 2021 permaneceram em 5,04% ante 5,22% de um mês atrás.
O BC levou sua projeção para o crédito às famílias à alta de 12,6% em 2021 e de 8,5% em 2022. Para o ano, a expectativa anterior apontava alta de 13,5%.
A autoridade também piorou sua estimativa para o desempenho das transações correntes neste ano a um déficit de US$ 21 bilhões, ante superávit de US$ 3 bilhões projetado em junho. Para 2022, vê um déficit de US$ 14 bilhões.
A mudança, segundo o BC, reflete principalmente a expectativa de menor saldo da balança comercial por conta do aumento das importações. O BC vê um superávit para as trocas comerciais de US$ 43 bilhões neste ano, bem abaixo dos US$ 70 bilhões calculados anteriormente.
Quanto aos Investimentos Diretos no País (IDP), o BC ajustou sua estimativa para US$ 55 bilhões em 2021, sobre US$ 60 bilhões, patamar que deve subir para US$ 60 bilhões de dólares em 2022.
Nas contas do BC, a balança comercial no ano que vem terá superávit maior, de US$ 60 bilhões.
*Com Reuters
CNN / foto: Raphael Ribeiro/BCB
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