Conscientizar a população sobre os principais fatores de risco da doença cardiovascular, a que mais mata no mundo, é o objetivo do Dia Mundial do Coração, celebrado hoje (29).
“Mata muito mais do que câncer, do que acidente automobilístico e do que a covid-19”, disse, em entrevista à Agência Brasil, o diretor de Comunicação da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj), Bruno Bandeira. A campanha visa, principalmente, à conscientização dos bons hábitos de saúde, como uma boa e equilibrada alimentação, o abandono por completo do tabagismo e a prática de atividade física regular cinco vezes por semana, durante 30 minutos.
“Com a atividade física, a gente vai sair do sedentarismo e reduzir a obesidade, além de controlar a pressão arterial, o colesterol e o açúcar. Ou seja, evitar a hipertensão, o colesterol elevado e o diabetes. Essas são as principais recomendações em relação à prevenção das doenças cardiovasculares. Controlando isso, a gente vai evitar essas doenças”, afirmou o cardiologista.
Bruno Bandeira lembrou que a campanha deste ano, organizada pela Federação Mundial do Coração (WHF, a sigla em inglês) destaca a comunicação em suas diversas formas no mundo digital, incentivando a troca de informações entre médico e paciente, as teleconsultas, a inserção digital, para que os pacientes possam cada vez mais saber usar os cuidados por sites bem validados.
O diretor da Socerj lembrou que além dos meios digitais, a comunicação abrange também a relação entre o paciente e seus familiares, o que ficou muito distante ao longo da pandemia de covid-19, gerando muitas doenças psicológicas, ansiedade e, com isso, o agravamento das doenças cardiovasculares. O Dia Mundial do Coração foi criado em 2000 pela WHF para ressaltar a importância do cuidado com o coração, um dos órgãos mais importantes do corpo humano.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares responderam por 32% de todas as mortes globais ocorridas em 2019, totalizando 17,9 milhões de pessoas, sendo 85% delas de infarto ou derrame. Dados do Cardiômetro, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), mostram que de janeiro deste ano até as 16h07 de ontem (28), o número de mortes por doenças cardiovasculares no Brasil alcançava 299.304 pessoas.
MELHOR CAMINHO: A SBC mostra ainda que, no Brasil, cerca de 14 milhões de pessoas têm alguma doença cardiovascular e pelo menos 400 mil morrem anualmente em decorrência dessas enfermidades, o que corresponde a 30% de todas as mortes no país. O cardiologista Esmeralci Ferreira, do setor de hemodinâmica do Hospital Pan-Americano, lembrou que “é muito mais fácil cuidar da saúde do que da doença. Sendo assim, a prevenção de fatores de risco é o melhor caminho para evitar doenças cardiovasculares”.
Confirmou que manter hábitos saudáveis é fundamental para preservar a saúde do músculo cardíaco. Segundo o médico, os principais cuidados com a saúde do coração estão relacionados a fatores comportamentais e hábitos fáceis de serem incorporados no dia a dia. “Para quem não tem nenhum tipo de doença, o ideal é consultar um cardiologista uma vez por ano. E para quem tem alguma comorbidade, de duas a quatro vezes por ano. Atividades físicas são essenciais e podem ser feitas de maneira prazerosa, como caminhadas ao ar livre, subir e descer escadas em vez de usar o elevador e andar de bicicleta”. Manter uma alimentação saudável, evitar o excesso de álcool e não fumar também melhoram a saúde do coração, recomendou Ferreira.
O especialista citou também outro problema comum na atualidade, que são os altos níveis de estresse. Eles podem estimular problemas cardíacos, porque a aceleração dos batimentos é capaz de aumentar a pressão arterial. A pressão alta, por sua vez, tem impacto no coração, acarretando maior risco de infarto e AVC. “Às vezes, pequenas medidas, como realizar refeições tranquilas, sem estresse e sem fazer uso de celulares e televisões, podem ajudar a preservar a saúde do coração. Coma com prazer e qualidade. Isso faz diferença, inclusive no alívio do estresse”, sugeriu o cardiologista.
Agencia Brasil
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