A CNN Brasil anunciou nesta sexta-feira (24) que decidiu rescindir o contrato de Alexandre Garcia, 80, que era comentarista do quadro Liberdade de Opinião, do programa Novo Dia. Em comunicado, o canal informa que pesou o fato de o jornalista ter defendido no ar tratamentos sem eficácia comprovada contra a Covid.
"A decisão foi tomada após o comentarista reiterar a defesa do tratamento precoce contra a Covid-19 com o uso de medicamentos sem eficácia comprovada", diz comunicado. A emissora diz que o quadro dele continuará no ar, mas não diz quem será seu substituto.
O texto distribuído pela assessoria de imprensa do canal também diz que a CNN Brasil "reforça seu compromisso com os fatos e a pluralidade de opiniões, pilares da democracia e do bom jornalismo". O jornalista ainda não se pronunciou.
No programa da manhã desta sexta-feira, Alexandre Garcia afirmou que "remédios sem eficácia comprovada salvaram milhares de vidas". O comentário foi feito enquanto ele falava das denúncias contra a operadora de saúde Prevent Senior, alvo de investigações no MP, na Polícia Civil e na CPI da Covid.
A empresa supostamente pressionou seus médicos conveniados a tratar pacientes com substâncias do "kit covid", como a cloroquina.
"Essa questão de eficácia comprovada a gente só vai saber daqui uns três anos", argumentou Garcia. "Agora tudo é tudo é experimental."
Ao final do quadro, a apresentadora Elisa Veeck desmentiu Garcia. "A CNN ressalta que não existe um tratamento precoce comprovado cientificamente para prevenir a Covid-19", disse. "O que a ciência mostra é que a prevenção, com o uso de máscaras e a vacinação, são as únicas maneiras de combater a pandemia."
Ela também reforçou que as opiniões dos comentaristas não refletiam a posição da emissora.
Esta não foi a primeira vez que Garcia foi desmentido no ar. Ele vinha acumulando polêmicas desde que foi contratado, em julho de 2020.
No último dia 19 de agosto, ele afirmou durante uma transmissão ao vivo que jovens não precisariam tomar vacina contra Covid. Minutos após os comentários de Garcia, Elisa Veeck leu um comunicado dizendo que procurou o infectologista Renato Kfouri para esclarecer o tema.
Em maio deste ano, ele se desentendeu com o então apresentador Rafael Colombo, 43, e ameaçou deixar a CNN Brasil durante a exibição ao vivo.
Durante a conversa, Colombo comentou a fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que declarou a possibilidade de editar decreto para garantir o direito de "ir e vir". Garcia, que apoia o político, questionou o âncora e disse que Bolsonaro quer apenas cumprir a Constituição brasileira.
Ele ainda afirmou que o presidente tem "todo o direito" de lançar o decreto para proibir governadores e prefeitos de determinarem restrições para o controle do coronavírus. "O direito à vida também está na Constituição. Os governadores e prefeitos não estão tentando garantir o direito à vida?", questionou então Colombo.
Após um período de silêncio, Garcia respondeu: "Eu não estou sendo entrevistado", fazendo referência à pergunta. Colombo então seguiu a apresentação e disse que os dois continuariam a conversa no dia seguinte, já que não havia mais tempo.
Um mês depois, Colombo acabou pedindo para deixar o Liberdade de Opinião após um ano como apresentador. O jornalista teria se sentido incomodado com a citação de Garcia, em um relatório do Google enviado à CPI da Covid que aponta a ligação do comentarista na propagação de fake news.
Os dois já haviam se desentendido no ar antes. Em agosto de 2020, Colombo confrontou Garcia a respeito da eficácia do uso da cloroquina em pacientes com Covid-19.
"Se a cloroquina funciona, é barata, e serviu, como você lembrou, na Amazônia para lúpus, malária e outros tipos de doença, por que o mundo teria deixado tanta gente morrer se tem um remédio barato à disposição? A troco de que tanta gente morreria se a cloroquina funciona?", questionou o apresentador.
"O governo brasileiro comprou mais de quatro milhões de doses e, se ela não funcionar, vai fazer o quê? Se não funcionar, não existe, pois está funcionando", respondeu Garcia, no que foi rebatido pelo âncora: "Ninguém provou que ela está funcionando, né, Alexandre?".
Isto É Foto Reprodução Redes Sociais
5 comentários
25 de Sep / 2021 às 00h14
Menos um cabeça dura na mídia. Agora ele vai pedir emprego pro bostanaro kkk
25 de Sep / 2021 às 07h16
Deixei de ouvir um programa de rádio pela manhã de uma emissora de Petrolina justamente pela participação desse cidadão. Espero que a rádio faça o mesmo!
25 de Sep / 2021 às 11h04
Tive COVID, mesmo depois de ter tomado as duas doses de OXFORD. A medida receitou, e tomei: Azitromicina, Ivermectina, Vit C e Zinco e Vit D. Os remédios funcionam. A questão, é que muitos na mídia, dizem que são contra, mas em suas casas tomam. Pura hipocrisia..
25 de Sep / 2021 às 11h41
Esse velho já está apresentando demência, tem que ser tratado urgente.
25 de Sep / 2021 às 12h13
As emissoras de rádio estão perdendo toda audiência por conta de seus locutores . É a mídia que perde mais público. Vou mandar uma mensagem: O público não se importa de ouvir propaganda, até gosta, mas quando se liga numa rádio que ouvir MÚSICA. Pode ter um intervalo para uma ou duas propagadas, uma noticia verdadeira, bem rápida. Mas no resto do tempo tem que ser música. Agora blá, blá de locutor, bricandeirinhas , lero-lero e opinião estamos dispensando. Pior se tiver pastor evangélico pelo meio, aí nem queremos ouvir música é desligar na hora.