A Organização das Nações Unidas (ONU) inicia hoje a 76ª sessão da Assembleia Geral entre presidentes e chefes de Estado. Como manda o costume, o presidente brasileiro abre as falas entre as autoridades, incubência que, agora, é de Jair Bolsonaro. Mas analistas e especialistas não têm muitas expectativas e esperam um discurso voltado para o público preferencial do presidente: os apoiadores que lhe dão, hoje, 22% de aprovação, segundo o mais recente Datafolha, divulgado no último dia 17.
O combate à pandemia, a vacinação e as questões ambientais devem ser tratadas, porém do ponto de vista do governo, que difere muito dos números que são divulgados por organismos ligados ao próprio Poder Executivo. A recente crise com o Judiciário e os atos do 7 de Setembro devem ser ignorados por Bolsonaro, assim como a crise hídrica e de fornecimento de energia.
Na live da última quinta-feira, o presidente disse que faria um discurso “tranquilo” e “objetivo”, destacando, também, o agronegócio e as questões energéticas. Em aceno aos apoiadores, apesar de aconselhado a não tocar no tema, uma das pautas que Bolsonaro sinalizou mencionar diz respeito a uma eventual insegurança alimentar no Brasil e no mundo caso o marco temporal seja aprovado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Ontem, Bolsonaro afirmou, ironicamente, que seu discurso “será em Braille”, em referência ao sistema de escrita e impressão destinado às pessoas com deficiência visual. A afirmação foi dada a jornalistas na saída do restaurante do hotel em que a comitiva brasileira está hospedada, e foi vista como uma provocação àqueles que “não querem ver a verdade”. Na semana passada, ele afirmou que a fala de hoje se basearia em “verdades” e na “realidade sobre o que é o nosso Brasil”.
O presidente brasileiro é o único líder que vai participar da reunião na ONU que declaradamente não tomou a vacina contra a COVID.
Correio Braziliense Foto Ilustrativa reprodução NYC
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