“O brasileiro precisa criar o hábito de consumir frutas, hortaliças e vegetais in natura para garantir um estilo de vida saudável e reduzir o risco de doenças crônicas não transmissíveis” alertaram nutricionistas durante a live “A força das frutas e hortaliças na alimentação”.
O debate foi realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura no Brasil (FAO) no Brasil, e faz parte da campanha “Frutas e Hortaliças – Por que comer mais?”.
A diretora da BiofocusHub, Adriana Brondani, foi a moderadora do evento e afirmou que o Brasil é um grande produtor de frutas, verduras e hortaliças, mas a população ainda não consome a quantidade recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 400 gramas por dia.
“Nós sabemos muito bem o quanto esses alimentos são importantes, mas muitas vezes não aproveitamos todos os benefícios que eles fornecem por falta de conhecimento. E uma dieta balanceada afeta tanto o nosso corpo como a nossa mente”, disse Adriana.
Durante sua apresentação, a nutricionista e diretora do Instituto de Nutrição Harmonie, Sueli Longo, alertou que, apesar de o Brasil ter uma diversidade de produtos desse grupo de alimentos, é um país que ano a ano reduz o consumo dos mesmos. “A frequência com que o brasileiro vem comendo é menor. E no dia que ele come, a quantidade é inferior à recomendada”.
Sueli destacou que o baixo consumo de frutas, legumes e verduras muitas vezes não está ligado ao preço, mas sim ao hábito de comprar e consumir o produto. “Temos relatos de pessoas que deixam os alimentos estragarem na geladeira ou na fruteira. Então não adianta ter em casa e não consumir. A questão é: precisamos colocar eles no prato, pois são alimentos de baixo valor calórico, possuem fibra na composição e agregam qualidade nutricional à dieta”.
A nutricionista também explicou que além das vitaminas, fibras e minerais que todos conhecem, as frutas, verduras e legumes possuem compostos bioativos que conferem ao alimento propriedades sensoriais, como aroma e cor. Já para o organismo humano, esses compostos exercem papel fundamental no controle e prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão.
Segundo a nutricionista e diretora clínica da DietNet, Lara Natacci, o brasileiro consome em média 150 gramas de frutas, legumes e verduras por dia, menos da metade mínima recomendada. “O nosso grande desafio é fazer com que a população consuma 80 gramas ou uma unidade média desses alimentos em cinco porções ao dia. Essa quantidade representa três quartos de xícara do produto picado”.
Para Lara, existem diversas barreiras que fazem com que as pessoas não consumam os FLVs como deveriam. “A proteína, mesmo sendo de maior custo, exerce o papel de protagonista no prato. As pessoas também têm dificuldade com relação ao preparo e ao tempo. E ainda tem a questão de preferências e tendências de consumo”.
A diretora clínica da DietNet deu algumas dicas para fazer com que os vegetais se tornem os protagonistas no prato. “Utilizar a divisão do prato. Metade com vegetais e a outra metade dividir entre alimentos com mais proteínas e carboidratos é uma opção. Outra dica é mudar o sabor dos alimentos, através de ervas, temperos, molhos e a forma de preparo. Outro ponto importante é oferecer para as crianças, pois elas são multiplicadoras de hábitos alimentares”.
Por fim, a nutricionista clínica e fundadora da Associação Paulista de Fitoterapia (APFit), Vanderli Marchiori, afirmou que os compostos bioativos estão associados à redução dos níveis inflamatórios do organismo humano. Já os fitoquímicos têm ação antioxidante e ajudam a melhorar a “vida útil” das células do corpo humano.
“Nosso estilo de vida inflama o nosso corpo. Ar poluído, sono ruim e falta de tempo e descanso são características de um estilo de vida não saudável. Priorizar o consumo desses alimentos quebra o máximo possível esse ciclo e o surgimento de doenças”.
De acordo com Vanderli, quando se fala de intestino e consumo de vegetais a ligação é direta. “O intestino é visto como o segundo cérebro porque temos produção local de serotonina, que é um neurotransmissor e nos dá sensação de bem-estar. Uma alimentação rica em alimentos que vêm da natureza ajusta a flora microbiana do intestino”, explicou Marchiori.
Veja o calendário das próximas lives temáticas:
16/09: Os caminhos do Hortifrúti
30/09: Qual a salada de amanhã?
14/10: De onde vem as frutas e hortaliças no Brasil?
1 comentário
07 de Sep / 2021 às 20h07
essas pessoas sabem que frutas e verduras andam pela hora da morte como diz minha mãe?!?!? vamos sair das bolhas, vamos?!?