Dileto Geraldo, existe algo que devemos nos apegar, trata-se da sabedoria popular. Isso nos faz recordar o tempo em que antes de levar o filho ao médico, a mãe encontrava uma solução caseira para curar ou amenizar o problema de seu ente querido, aliviando sua dor.
A isso, e motivado pela fala de um ouvinte seu, quero acrescentar à sabedoria popular, o sentimento popular que é a forma simples que o cidadão comum encontra para dizer aos "doutores", gestores e políticos que as coisas andam erradas.
Seus programas, anos e anos, funcionam como caixa de ressonância desse clamor popular, aliás, o rádio é um espaço simples de magnitude ampla, visto que, se transforma em tribuna, sem a necessidade do terno nem da gravata e com a devida vênia, tão pouco das sofisticadas terminologias que caracterizam o parlamento, Taís quais: Vossa excelência, ordem do dia. No rádio a ordem é do momento, porque quem sofre não espera a hora.
Neste sentido, um ouvinte questionou o papel do Vereador, aquele que recebeu o voto das pessoas e como agradecimento e retribuição devolve o silêncio, pois, como regra, nos últimos anos a bancada governista é sempre constituída por uma maioria esmagadora.
Assim, não basta tirar os vereadores antigos sem conhecer o perfil dos novos, uma vez que, na campanha todos se utilizam das mesmas práticas: promessa de emprego em troca de apoio, gastos exorbitantes com cabos eleitorais e material de divulgação, existem raríssimas exceções, pois, a prática é cultural.
Assim, sentindo -se traído, o eleitor tira o velho político e elege o novo, que em muitos casos já fica velho, logo na primeira sessão para eleger a mesa-diretora da casa, constatando-se caras novas com práticas velhas.
De forma geral, o apoio do Vereador ao Prefeito é retribuído com cargos de confiança e mobilidade dentro do governo. Neste sentido faço uma indagação: Num momento em que a administração pública não atende as demandas da sociedade, será que o vereador da base vai estabelecer crítica ao chefe do Executivo?
Não digo que sim, nem digo que não, apenas recorro ao dito popular: numa relação conflitante entre governo e sociedade ninguém pode "servir à dois senhores". Então o Vereador fica do lado de um ou de outro.
Mais interessante do que mudar o Vereador é mudar o perfil do eleitor, já que é ele quem escolhe. Quando o candidato falar que vai fazer, pergunte como? Pergunte qual a noção que ele tem de orçamento público? De onde sairá o recurso?
É muito comum o candidato falar que vai fazer projeto, no entanto, esquece que projeto é uma discussão política e de convencimento, ou seja, necessita de outros vereadores para ter aprovação. Por fim, Fala-se de dentro da casa do povo, em nome do povo, muito para eles pouco para o povo. Sempre foi assim, mas, não pode continuar assim. Urge mudança, não de nome, mas, da prática.
Tony Martins – Pedagogo e Radialista
1 comentário
03 de Sep / 2021 às 11h32
Caro Tony, parabéns pelas colocaçoes . esse texto é um estímulo ao bom debate. Tem a minha concordância ampla e irrestrita. Os poderes devem ser independentes e depois HARMONICOS. não é bom para o município essa pratica nefasta aludida tão bem no artigo. A nação com os seus 5570 municipios vive isso, contribuindo para uma politica com p minusculo. Atenção eleitor : VOCÊ È o GRANDE RESPONSÁvel por isso. Nós estamos perdendo enquanto nação.