Roda de Diálogo sobre a Usina Nuclear em Itacuruba, tendo a participação de técnicos e especialistas, abordando os riscos e as falsas promessas de geração de empregos acontece nesta quinta (22), âs 19h30.
A programação é uma realização da Diocese de Floresta, através das Pastorais Sociais, em parceria com o CIMI NE e o Instituto Cultural Raízes.
Quase uma década após os primeiros estudos, o Governo Federal reativou o plano para construção de uma usina nuclear em Itacuruba, a 481 km do Recife, no sertão de Pernambuco. A área na beira do rio São Francisco localiza-se numa região cuja demarcação do território é requerida por comunidades indígenas e quilombolas.
A intenção de retomada do projeto nuclear prevê a instalação de seis reatores em um terreno de 500 hectares, reacendeu a polêmica que estava adormecida em Pernambuco desde 2010.
Além dos povos indígenas Pankará e Tuxá e da comunidade quilombola Poços dos Cavalos, parte significativa da Igreja Católica tem se posicionado contra o empreendimento no semiárido pernambucano, região mais pobre do estado, por temer algum tipo de acidente nuclear.
Itacuruba tem apenas 4.700 habitantes. Tinha o dobro até 1988, quando a população precisou ser retirada para realização de uma inundação programada pela Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco) e a consequente construção da barragem de Itaparica.
A assessora Jurídica da Comissão Pastoral da Terra (CPT), advogada Gabriela Rodrigues, revela que a instituição é contra ao projeto por considerar desnecessário o uso dessa matriz que é poluente, especialmente se for levada em conta toda a cadeia de produção; e por se tratar de uma energia que não é limpa, não é renovável.
A cacique pankará Lucélia Cabral diz que o projeto significa a morte para o povo indígena. Para ela, as 300 famílias Pankará que vivem no território vão lutar com todas as forças contra a construção.
"É a morte para nós. É preciso lembrar que parte da nossa história e da nossa vivência está embaixo da água. Mais uma vez, somos jogados feito bola para aqui e acolá. É como se a gente não tivesse significado e importância", afirma.
Em 2019, o entao presidente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães e o senador Fernando Bezerra Coelho, líder do governo Bolsonaro no Senado, apresentaram detalhes do projeto ao governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). Câmara nunca fez a defesa do empreendimento, mas se declarou aberto ao diálogo.
O Ministério Público Federal em Pernambuco instaurou procedimento preparatório para acompanhar a possibilidade de instalação da usina.
A Eletronuclear não quis se posicionar sobre a implantação dos reatores em Itacuruba. Informou que existe avaliação para a sejam construídas novas usinas nucleares.
Para funcionar a pleno vapor, este empreendimento, que segundo o projeto é formado por seis reatores nucleares, demandaria uma vazão total segura de cerca de 250 m³ por segundo. De acordo com o pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), João Suassuna, as condições hídricas do São Francisco não suportariam mais este uso.
Redação redeGN
1 comentário
22 de Jul / 2021 às 19h45
Esse é mais um absurdo que envolve políticos sujos do nosso pais infelizmente, tudo que envolve um montante muito grande dinheiro do contribuinte é de interesse de políticos corruptos. Um vazamento por um acidente nuclear, a radiação levaria mais de 100 anos para tornar possível a vida na região, acabaria com toda a população de ribeirinhos que dependem do velho chico. Eles deveriam construir em BRASILIA, séria mais conveniente...