Que tipo de relação estamos praticando com o movimento da cidade relativo á nossa memória e identidade, como proposta para cumprimento de medidas em busca da sustentabilidade local e regional?
Há muito se percebe esta fragilidade cidadã das nossas autoridades, empresários, entidades e cidadãos. Quando pensamos, que hoje temos fragilidades administrativas do ponto de vista federativo (superintendências do Governo Federal), onde perdemos quase todas, nestes 143 anos! Por quê?
Quando pensamos em nosso patrimônio edificado, destruído em nome da tal “modernidade”; quando desprezamos nossa maior riqueza” o Velho Chico” despejando dejetos in natura no seu leito; quando pensamos em nossos monumentos e símbolos de origem como sitio histórico – Marco Zero, quando em virtude de não existir, Arquivo Público Artístico, Histórico e Cultural, quando pensamos em nossas Leis de preservação do Patrimônio sendo desconhecidas, por sua vez descumpridas suas atribuições legais.
Estes entre outros fatores, identifico como consequência, desvalorização e fragilidade no pensar e viver o cotidiano desta cidade hoje, também na relação de pertencimento caracterizada em atitudes negativas em não valorizar nossas forças e oportunidades que esta cidade oferece como vocação.
Trazendo para nossa atividade econômica e social, o turismo, estas fraquezas relacionadas no pensar a cidade, precisa ser evidenciado na perspectiva de oportunidades: nosso rio São Francisco, Vegetação Caatinga, Cultura diversa, gastronomia, ciência e tecnologia, ilhas, agricultura, caprino ovinocultura, agroecologia, agricultura familiar, turismo, arqueologia, eventos, outras. São ferramentas que permitem transformar em oportunidades, produtos turísticos (tipos de turismo). Mas para isto, o prognóstico identifica necessidade de mudança de atitudes, quanto ao processo de valorização deste lugar, que a todos acolhem. Não dá mais para pensar esta cidade para o futuro sem combater equívocos de 143 anos de desvalorização administrativa, política, econômica, ambiental e social de desvalorização de nossas riquezas, valores, sem contudo repensar nosso relacionamento de valorização histórico e cultural para as próximas gerações. Assim estaremos contribuindo com um eixo importante para alcance de atividades sustentáveis, assim como, econômica, ambiental e social. Logo, não estamos falando de saudosismo, mas chamando atenção para correção de rumo para o futuro, sem cometer os equívocos do passado em permitir destruição e desvalorização do patrimônio histórico, artístico e cultural, pois estamos falando de oportunidades na contemporaneidade.
Na atualidade com crises financeira, pandêmica, política precisamos de atitudes corretivas ora cometidas num passado não muito distante, que não mais nos permite tal equívocos. A pandemia traz mensagens que nos faz repensar nossas atitudes inadequadas quanto aos nossos valores naturais, culturais, econômicos, históricos, sociais. Nos mostra necessidade de cooperação, inovação, conhecimento, organização, valorização local, segurança, treinamento, acesso crédito, gestão, etc. Mas nada que supere á atitude de amor para com o próximo e ao meio. Que nestes 143 anos em diante, de fato amemos nossa Juazeiro com cidadania, valorizando nossas vocações.
Juazeiro, 15 de Julho de 2021
Jomar Benvindo dos Santos
Gestor de Negócios em Turismo
Presidente Câmara de Turismo VSF/BA
Presidente Conselho de Turismo
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