O estoque de oxigênio no agreste de Pernambuco, região que sofre com a alta de casos da Covid-19, só é suficiente para mais 24 horas. O alerta é feito pelo Conselho de Secretários Municipais de Saúde de Pernambuco.
"Já começou a faltar oxigênio em algumas cidades. O estoque atual para os municípios só é suficiente para abastecer os hospitais da região até a manhã deste sábado", declarou o presidente do conselho, José Edson de Souza.
O governo de Pernambuco nega a possibilidade de desabastecimento.
Diante do quadro crítico, 26 pacientes de quatro municípios precisaram ser transferidos para hospitais de cidades maiores do interior, a exemplo de Caruaru.
Em carta aberta, os distribuidores de oxigênio em Pernambuco alertaram que há sinais de que a demanda está atingindo a fase crítica, com risco acentuado de uma crise no abastecimento do gás medicinal.
Nos municípios de Pesqueira, Lajedo, João Alfredo e Venturosa a situação é mais grave.
José Edson de Souza diz que o grande problema é o transporte do material. "A demanda é cinco vezes maior do que no auge da pandemia no ano passado. Temos um problema para conseguir transportar o oxigênio para toda a região", avisa.
O governo de Pernambuco enviou na quinta-feira (27) 149 concentradores de oxigênio para 44 cidades, 29 delas no agreste.
Os equipamentos de oxigênio filtram o ar do ambiente e fornecem apenas o oxigênio puro para o paciente. Com isso, o concentrador pode substituir os cilindros de oxigênio, que precisam ser preenchidos constantemente por uma empresa que forneça gases medicinais.
O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, ressaltou nesta quinta que não há risco de desabastecimento de oxigênio.
"Estamos trabalhando em conjunto com os municípios pernambucanos porque os problemas deles são problemas nossos. Os municípios e unidades que têm tanques de O2 não têm o que temer. Inclusive temos plantas industriais em Pernambuco, responsáveis pelo abastecimento de oxigênio de outros estados do Nordeste", disse.
Ele salientou que o problema relatado por alguns municípios está na logística de reabastecimento de cilindros de O2. "Neste sentido, oficiamos o MPPE, porque há indícios de interesses comerciais por trás de algumas dificuldades dos municípios", destacou.
Além dessa oferta de concentradores de oxigênio, o governo informou que realizou contato com o Ministério da Saúde solicitando mais 500 equipamentos, também para distribuição entre as cidades pernambucanas.
O agreste enfrenta, nas últimas semanas, uma aceleração dos casos da Covid-19. Faltam vagas de UTI para pacientes com sintomas da doença. Diante do quadro, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, determinou uma quarentena mais rígida em 65 municípios entre os dias 26 de maio e 6 de junho.
Folha Press
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