O Dia das Mães neste domingo (9), o segundo durante a pandemia da Covid-19, é essencial pensar na realidade do mercado de trabalho de muitas mulheres que decidiram conciliar trabalho e maternidade. Um estudo realizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou que as mães enfrentaram com mais dificuldades os impactos econômicos na pandemia.
Ainda que o mercado de tecnologia seja um ambiente dominado pela presença masculina, muitas mães encontraram na tecnologia uma forma de reinventar seus negócios.
Foi dessa forma que a desenvolvedora Monique Simões entrou no mercado de Tecnologia da Informação. Formada em Letras, mãe e sem um emprego na área, Monique aproveitou uma oportunidade de suporte na MV, empresa de desenvolvimento de softwares de gestão para a Saúde, para migrar de área. Com a oportunidade de cuidar de seus filhos e desenvolver sua carreira no setor, Monique afirma que 'a tecnologia a escolheu'. Hoje, desenvolvedora em tempo integral, conta como foi se especializando até chegar em sua posição atual.
'A área requer raciocínio lógico e muito conhecimento, por isso me dediquei a cursos e especializações para crescer', comenta. A tecnóloga também afirma que o trabalho remoto tem ajudado a conciliar as tarefas e que, infelizmente, ainda é um privilégio para a dupla jornada de muitas mulheres.
Para a desenvolvedora Helena Calado, a dupla jornada no mercado de TI não foi diferente. Dentro da empresa, a profissional encontrou o suporte necessário para seu crescimento profissional e materno, além da possibilidade de manter o trabalho em home office. 'Fica mais fácil a gente conseguir entregar o trabalho e as atividades, participar da vida dos filhos. Os ganhos de estar em casa, a economia de tempo no trânsito. A gente passa a dar mais valor as pequenas coisas', completa.
Apesar do auxílio, elas comentam como esse cenário ainda não é igual e justo para todas as mulheres no mercado de tecnologia. Porém, mesmo com o preconceito na contratação de mães e grávidas do setor, que ainda é muito presente na perspectiva das duas desenvolvedoras, Monique afirma que de forma gradual, os números estão evoluindo. Dados da empresa de recrutamento Revelo mostram que o número de convites às mulheres para vagas na área e em gestão de negócios cresceu de 12% em 2017 para 17% em 2019. Na posição de liderança, as profissionais ocupam 20,6% no setor, conforme estudo do IBGE.
Com a conquista de um espaço na área, as desenvolvedoras também afirmam que o foco e a determinação são fatores essenciais para alcançar um local de destaque no meio tecnológico. 'Não adie seus sonhos, não deixe para depois, não pense que você não é capaz. Acredite em você', finaliza Helena.
Diário de Pernambuco
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