O evento, que segue até esta quarta-feira (28), tem como objetivo trazer o conhecimento e o uso de plantas medicinais do bioma Caatinga, em especial, o licuri, e contemplar a diversidade cultural, por meio do conhecimento tradicional, incentivar o saber científico e as possibilidades de práticas integrativas ao público geral.
A iniciativa é do NBioCaat e conta com o apoio do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), da Cooperativa de Produção da Região do Piemonte da Diamantina (Coopes), com sede em Capim Grosso/BA, da Social Economia Verde – Ecolume, do Comitê Estadual da Reserva das Biosfera de Pernambuco e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE), da Universidade Federal do Rio de Grande do Sul (UFRGS), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
De acordo com José Tosato, coordenador de Pesquisa Inovação e Extensão Tecnológica (Cepex), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), é imensa a tarefa de popularizar as ciências, os conhecimentos e as sabedorias das populações tradicionais, que, quando se juntam com o ensino, a pesquisa e a extensão formais, resultam em grandes avanços para a sociedade.
"Tecnologia e inovação precisam beneficiar quem mais precisa e ser úteis para a distribuição de renda, para tornar as pessoas mais felizes, com qualidade de vida. Quando pesquisadores e pesquisadoras trabalham junto com as comunidades e devolvem o conhecimento produzido para beneficiá-las diretamente, estamos cumprindo os objetivos mais nobre desse processo", ressaltou Tosato.
A coordenadora do NBioCaat, Marcia Vanuza da Silva, destacou que a pesquisa tem como protagonistas as comunidades tradicionais e suas organizações que, aliadas ao Núcleo, mostram todo esse potencial da Caatinga: "A gente faz esse trabalho para que retorne a essa população. Nesta IX edição, a gente traz, para o conhecimento de todos, esse, que a gente acha que é o ouro ainda (des)conhecido da Caatinga, o licuri. Esperamos que todos conheçam toda a potencialidade dessa planta endêmica da Caatinga, tão resiliente". Ela conta que além do licuri, pelo NBioCaat já foram catalogadas mais de 80 plantas inéditas, exclusivamente do Bioma Caatinga, com potencial alimentar, fitoterápico, ou para cosméticos.
Francelma Silva, presidente da Coopes, reforçou que o workshop permite a possibilidade de abrir ainda mais as mentes sobre as potencialidades desse bioma: "Que a gente possa valorizar cada vez mais a nossa Caatinga e a nossa cultura".
Durante o evento, os/as participantes têm a possibilidade de conhecer o resultado de pesquisas já publicadas, que mostram as propriedades do licuri para diversas finalidades, que já eram conhecidas, em geral, por comunidades tradicionais, mas que passaram a ser comprovadas, cientificamente, após longo processo de escuta dessas comunidades e de estudos e testes acadêmicos.
PROGRAMAÇÃO: O evento conta com a apresentação da Coopes: Colhendo o Ouro (des)conhecido da Caatinga, das ações públicas destinadas à bioeconomia, do sistema produtivo do licuri, com a inovação sustentável para a bioeconomia do Nordeste e da segurança de usar o óleo de licuri. Durante o evento, o público pôde conferir também uma palestra sobre Soberania Alimentar na Caatinga e sobre Viveiros Educativos e sua importância no combate às mudanças climáticas na Caatinga, entre outros temas.
Ascom SDR/CAR
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