Cerca de 60 mulheres e homens, integrantes de organizações da sociedade civil e de órgãos públicos, se reuniram, na tarde da última terça-feira (20), para debater sobre a violência de gênero em Campo Alegre de Lourdes (BA).
A convite da Rede Mulher do município, as/os participantes do encontro virtual relataram diversos tipos de violências vividas pelas mulheres – desde aquelas que acontecem dentro de casa às vivenciadas em espaços públicos – e debateram medidas e ações que podem ser tomadas em defesa da vida das mulheres.
O encontro contou com a participação da delegada Lígia Nunes, coordenadora regional da 17ª Coorpin de Juazeiro. A delegada destacou que durante a pandemia da covid-19, o número de casos de violência contra as mulheres tem crescido, não só na nossa região, mas também na Bahia e no Brasil. De acordo com dados apresentados pela coordenadora regional, só no mês de março deste ano, o município de Campo Alegre de Lourdes remeteu à Justiça 12 inquéritos policiais de violência doméstica. Entre esses casos, está o feminicídio da jovem Queliane Barbosa Ribeiro, assassinada a golpes de faca pelo ex-companheiro.
Muitas mulheres presentes no encontro relataram casos de violências (física, psicológica, entre outras) e aproveitaram a oportunidade da conversa com a delegada Lígia Nunes para tirar dúvidas acerca do funcionamento da Lei Maria da Penha. A dificuldade no acesso a informações, lentidão dos processos e a necessidade de intensificar o trabalho educativo e de conscientização foram as questões mais debatidas.
A coordenadora da 17ª Coorpin ressaltou que para combater de forma mais eficaz a violência contra as mulheres é necessário um trabalho em conjunto com outros órgãos públicos e entidades. "A gente conta com delegacias precárias, com pouca infraestrutura. Temos que contar com o apoio das prefeituras também, que poderiam disponibilizar uma equipe de atendimento psicossocial para atender essas mulheres nas delegacias, por exemplo", comentou.
Lígia Nunes também destacou a importância do envolvimento da população em geral no combate a esses crimes. "As informações que as pessoas podem dar ajudam muito no trabalho da polícia", afirmou a delegada.
Diante de uma série de propostas sugeridas no encontro, a Rede Mulher de Campo Alegre de Lourdes promoverá outros espaços para discussão do assunto, assim como buscará apoio de orgãos públicos e outras entidades que possam contribuir no combate à violência contra as mulheres no município. Esse encontro, realizado no dia 20 de abril, fez parte do Ciclo de Formação organizado pela Rede Mulher em parceria com o Pró-Semiárido/CAR, Comissão Pastoral da Terra (CPT), Paróquia e SASOP.
Comunicação CPT Juazeiro
0 comentários