O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse, em entrevista exclusiva ao Expresso CNN, que alertou o governo federal, ainda em 2020, que o Orçamento de 2021 tinha problemas graves nas despesas.
De acordo com Maia, ele e outros parlamentares diziam ao governo federal que a PEC Emergencial deveria ser votada no ano passado porque já sabiam das dificuldades do Orçamento de 2021. No entanto, segundo ele, o governo obstruiu o debate visando as eleições na Câmara.
“O governo interditou o debate pela questão da sucessão na Câmara. É legítimo. Ele [governo] entendia que era melhor destravar a pauta, nesse tema, com uma nova gestão, mais próxima ao governo. Nós alertamos que o Orçamento vinha com um problema grave nas suas despesas”, afirmou.
Há o receio de que o Tribunal de Contas da União (TCU) reprove as contas do governo, caso o Orçamento, considerado artificial, seja sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O deputado afirmou, no entanto, que se tivesse o interesse de tornar o presidente inelegível em 2022, o mais fácil seria ficar calado.
“O TCU não precisa de mim para ter suas opiniões. Eu sou deputado, o meu papel é cumprir a lei. Eu já propus uma PEC para cortar despesas públicas”, disse.
Crítico do ministro da Economia, Maia defendeu a posição de Paulo Guedes em relação ao teto de gastos. “Todo mundo sabe da minha relação difícil com o Paulo Guedes, mas eu estou aqui defendendo a posição dele. Se eu ficasse calado e o governo sancionasse essa peça ilegal, talvez eu pudesse dizer que há um crime de responsabilidade a caminho”.
Segundo o deputado, o crime de responsabilidade acontece na hora da execução. No entanto, ele acredita que na hora da sanção também pode haver crime, uma vez que as despesas obrigatórias do governo são fixadas e as receitas são projetadas.
Fonte: CNN Brasil
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