O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19 nesta segunda-feira (29). Ao registrar o momento, em uma rede social, ele afirmou: "Fiz minha parte como cidadão consciente". Na postagem, Mourão disse esperar que, "em breve, o maior número possível de vacinas chegue à população". O general foi vacinado em um posto drive-thru, em Brasília.
Aos 67 anos, Mourão está inserido no grupo prioritário da campanha. Este é o 4º dia de imunização desta faixa etária no Distrito Federal.
Em uma posição divergente do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que disse que não tomaria vacina e "ponto final", Mourão afirmou em janeiro que iria tomar o imunizante contra a Covid-19. A declaração foi dada após o vice-presidente, que foi infectado pelo novo coronavírus, ficar 12 dias afastado do trabalho.
Mourão testou positivo para Covid-19 no final do ano passado. O diagnóstico ocorreu em 27 de dezembro. À época, ele cumpriu isolamento no Palácio do Jaburu, residência oficial. Nas últimas semanas, o vice-presidente questionou algumas medidas de prevenção contra a Covid-19, como o toque de recolher. Para ele, a restrição vai "além da margem da liberdade de manobra" e é preciso uma legislação que "ampare melhor" esse tipo de norma.
Apesar de ser crítico às medidas de restrições, Mourão defendeu no início deste mês que a vacinação "é a única saída" para superar a pandemia.
Em meio às negociações para a compra de vacinas, o presidente Jair Bolsonaro já criticou a imunização de recuperados. Em 17 de dezembro, Bolsonaro disse que não tomaria vacina por também já ter contraído o vírus (veja vídeo abaixo).
"Eu não vou tomar, alguns falam que eu estou dando um péssimo exemplo. O imbecil, o idiota que está dizendo do péssimo exemplo... Eu já tive o vírus", disse Bolsonaro à época.
Após a aprovação do uso emergencial da vacina, Bolsonaro afirmou que as doses seriam distribuídas, no entanto, reforçou que "ela tem que ser voluntária". Para o presidente, "não está nada comprovado cientificamente com essa vacina ainda".
Nas últimas semanas, o presidente tem enfatizado as iniciativas do governo federal na compra dos imunizantes. Em 10 de março, ele assinou a lei que facilita a compra de vacinas contra a Covid-19.
No entanto, na mesma ocasião, criticou as medidas de isolamento social e defendeu o uso de "tratamento imediato", como medicamentos sem eficiência comprovada pela ciência contra o novo coronavírus.
Correio Braziliense Foto VPR
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