Os hospitais particulares de Petrolina e Juazeiro estão registrando um aumento do número de internações por Covid nos últimos dez dias. Mesmo ampliando o número de leitos, muitos estão no limite. A REDEGN apurou a informação que em Petrolina "existe paciente esperando vaga na Unidade de Terapia Intensiva, mesmo com Plano de Saúde".
No boletim de ontem (16) a informação é que na rede hospitalar, o percentual de ocupação dos leitos para Juazeiro na rede PEBA (hospitais de Pernambuco e Bahia) é de 93%, com 12 leitos disponíveis. Somente em Juazeiro, 100% dos leitos para pacientes com Covid-19 estão ocupados.
Em Petrolina o boletim epidemiológico da Covid-19 divulgado pela Secretaria de Saúde, informa que após a abertura dos 18 novos leitos, a ocupação está em 87,5%. Dos 72 leitos, 63 estão ocupados. 42 pacientes são de Petrolina e 21 de outras cidades da região.
Fontes que preferem não ser identificadas solicitam que "Quem puder, fica em casa, caso contrário, cuidado redobrado". Segundo denuncias "já não adianta ter um plano de saúde dos mais caros. Simplesmente não tem vagas". Vários profissionais de saúde já "trabalham há meses no limite. Já se faz escolhas pela espera e isto é doloroso, não é humano".
Uma das entrevistadas disse que o sistema de saúde entrou em colapso e não há mais vagas de leitos de UTI na rede particular de hospitais. "Para garantir atendimento, já existe em algumas cidades, operadores de plano de saúde analisando a abertura de um hospital de campanha, isto quem me contou foi uma amigo médico lá no Estado do Pará. Imagina ai gente que tem plano de saúde e sem vagas nos hospitais. Em Petrolina isto já realidade".
Através de email enviado para a redação da REDEGN um grave alerta. "Estou vivendo cenas que só achei que veria na tv. Pacientes na fila aguardando um morrer para ocupar o leito...Médico escolhendo quais pacientes devem ocupar tal vaga....Foram abertos mais 10 leitos no Hospital, e hoje só resta uma vaga sem ocupar e mesmo assim é do SUS pq contrataram alguns leitos la. Na urgência tem uma paciente que tem plano de saúde, mas não tem vaga para ela. Estão tentando botar ela na regulação como SUS para ver se consegue uma vaga, pq como plano, todos os hospitais particulares estão cheios...E isso está se repetindo em outros locais que eu trabalho...Só idoso complica com Covid? Naooo. Estou vendo jovens de 21 anos, 30 anos, sem doença nenhuma ficar grave, ter que ser entubado.Não queria estar escrevendo isso aqui...Mas é só para que todos redobrem os cuidados...Não relaxem".
A situação descrita acima é a realidade vivida em quase todo o Brasil. As pesquisas vem mostrando uma mudança no perfil dos pacientes que precisam de internação. “Nós tivemos uma diminuição da faixa etária. Nós, que tínhamos uma faixa etária, há um, girando em torno de 50, 60, 65 anos baixamos para 40, 50 anos. A gente pode dizer que esses pacientes ficam quase 30 dias - de 20 a 30 dias - internados dentro de uma terapia intensiva e consequentemente o leito está dedicado a esse paciente”, relatou Francisco Balestrim, no Jornal Nacional desta semana.
O médico Márcio Bittencourt, pesquisador do Hospital Universitário da USP, diz que os leitos de UTI não são todos iguais e por isso, encontrar vaga não é simples.
“Tem leitos que podem ter capacidade de realizar diálises e outros não. Dependendo do perfil do paciente, você não consegue usar e tem leitos que estão em salões abertos e não isolados em quartos, sozinhos, separados. E, eventualmente, você tem um paciente suspeito de Covid, um paciente confirmado de Covid, eles não podem ser colocados nesse salão aberto juntos até que você tenha a confirmação dos dois ou descarte dos dois”, explicou o médico.
Redação redeGN Foto Ilustrativa
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