O petrolinense, cantor e compositor Aldy Carvalho participa no sábado (20), da Segunda edição do projeto Sarau Viva Nordeste, às 14hs.
A 2º edição Sarau Viva Nordeste é um projeto de celebração e valorização a cultura nordestina que promove apresentações artísticas, em LIVES descontraídas com profissionais da arte, sendo em sua maioria, artistas nordestinos residentes fora do Nordeste e artistas que tem a cultura nordestina como referência em seus trabalhos.
O Viva Nordeste também terá a participação de Cleusa Santo, Samuel de Monteiro, Caca Lopes e Ju Firmo. A apresentação é de Dani Almeida.
O projeto, que já está na segunda edição, foi contemplado pelo edital 40/2020 Proac Expresso – Lei Aldy Blanc, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e conta com apresentações dos mais variados segmentos: literatura de cordel, música, contação de histórias, causos, esquetes teatrais, cantorias, danças, artesanato, brincadeiras populares e ainda, quatro oficinas culturais disponíveis ao público gratuitamente, com tradução em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
O poeta e cantador pernambucano Aldy Carvalho é filho de Petrolina, costuma carregar na ponta da língua o bordão: “saí do sertão, mas o sertão não saiu de mim’’. Desde que rumou para São Paulo, no final nos anos 80, fez um pacto para melhorar de vida e realizar seus sonhos através da arte, sem perder as raízes com o universo sertanejo e com as águas do rio São Francisco, onde pescou e se banhou bastante na infância. Quando debandou com a família, sabia que teria uma rotina bem diferente da tranquilidade que vivia. Passados mais de 20 anos, o artista mantém sua agenda de show lá e cá, deixando sempre forte o elo com a terra natal.
Devido a pandemia e as regras de distanciamento o cantador agora canta nos meios digitais.
O retrato dessa paixão pelas coisas sertanejas está em todas as canções e letras que traduz um diálogo versátil sobre coisas e causos do Nordeste. “Em São Paulo, muitos falam que o sertão não saiu de você, mas é de forma pejorativa. Já eu digo isso de maneira poética e romântica. Quando você se ausenta da sua aldeia é que enxerga melhor seu território”, defende o poeta que entrou para o mundo da arte com apoio do pai (já falecido) que lhe mostrou o horizonte das cantorias e da literatura nordestina. Na capital paulista, onde mora e trabalha, Aldy sempre fincou pernambucana.
“Meu ofício é elevar a arte e aproveito pra mostrar que Pernambuco é um dos estados mais ricos do país no campo da música e poesia popular. Aos poucos vou expondo as diversas linguagens de nossos estados vizinhos”, diz ele, que se inspirou em artistas como Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elomar e outros compositores. Ainda na infância, durante as festas religiosas e nas feiras livres, Aldy começou perceber a beleza dos versos nas canções de Gonzagão e nos repentes dos cantadores de viola. O tinha o costume de convidar artistas para tomar café e cantar em sua casa. Depois vieram os festivais de música e lá á estava ele, mostrando suas primeiras criações.
Quando está em São Paulo, onde passa a maior parte do ano, o compositor sabe bem dosar a trilha sonora. “Comecei essa carreira com o intuito de ser um cantador e o meu estilo sou eu que traço. É predominantemente de raiz nordestina porque carrego na bagagem cantorias, emboladas, cocos, martelos, toadas, baiões e xotes tendo como pano de fundo o panorama da caatinga, com ou sem chuva. Os paulistas e paulistanos respeitam e aprendem com as histórias da minha vida”, observa.
O Sarau Viva Nordeste é produzido pela Diálogos Produções Culturais, através de Janice Castro, em parceria com a cordelista pernambucana radicada em Campinas, Dani Almeida.
No site do Projeto consta que "Apesar da situação difícil pela qual passamos em virtude do novo coronavírus, é preciso aliviar um pouco a tensão cotidiana e seguir em frente. Nutrir a alma de alegria e esperança por meio da arte é um dos nossos principais objetivos. É preciso celebrar nossa terra, nossas raízes e exaltar cada vez mais a beleza e a diversidade de nosso povo. E dentro deste leque de possibilidades, a cultura nordestina se mostra rica, alegre e atraente, refletindo a miscigenação étnico cultural entre africanos, indígenas e europeus".
Redação redeGN
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