O cordel é considerado, junto ao Iphan, como patrimônio imaterial da Brasil. A Amo Cordel, uma associação fundada pelo pesquisador Fernando Assumpção tem obejetivo de fomentar a cultura cordelista na sociedade. Em busca de novas ações, surgiu a ideia do Encontro Virtual com Poetas Populares.
Ao todo, o projeto vai apresentar os versos e a prosa de 16 grandes cordelistas – do sergipano octogenário João Batista Melo, com mais de 150 livretos publicados e carta da ONU, até o capoeirista carioca Victor Lobisomem, beirando os 5o anos – alinhavados em oito temas, com dois artistas por vez, em conversas ao vivo mediadas por estudiosos e conhecedores deste universo.
Os encontros serão realizados entre os dias 6 de março e 24 de abril, todos os sábados dos dois meses, sempre às 16h, no canal oficial no YouTube, com acesso livre e gratuito.
“O Cordel é uma arte em constante renovação. E estamos animados em trazer um bem cultural desse quilate para o formato das lives, um jeito de continuar falando com as pessoas nesta crise sanitária mundial. Pensei em temas ou muito visitados ou que, de certa forma, despertam o interesse de boa parte dos poetas, sempre pensando em conquistar mais leitores. Foi divertido escolher a dedo os assuntos e os cordelistas. Esperamos que o público também se divirta!”, sorri o curador Fernando Assumpção.
Para muito além do entretenimento, a literatura de cordel se consolidou no Brasil como uma expressão artística sócio-educativa. Com a sua linguagem simples e acessível, mas também artisticamente sofisticada, o cordel conta histórias e dissemina informações relevantes para populações inteiras em diversos recantos do país. Traz uma função política em sua gênese, pois viabiliza a compreensão da realidade e das novidades que chegam a esses lugares. Em Portugal, servia para informar os analfabetos, que existiam aos borbotões.
Ascom Foto Monica Ramalho
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