Com o tema "Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor", a Campanha da Fraternindade Ecumênica 2021, realizada pela Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) e pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), vem sofrendo ataques de católicos ultraconservadores. Os críticos acusam a campanha de deturpar os valores cristãos e defender pautas que eles chamam de marxistas.
O lema da campanha deste ano é “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”, e, segundo o site da campanha, tem como objetivo geral promover uma reflexão e levar a comunidade a superar as polarizações e violências. A abordagem sobre questões de gênero foi um dos principais alvos de crítica.
O tema não agradou as alas mais conservadoras da Igreja Católica. Em vários vídeos publicados no Youtube, o presidente do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, Frederico Abranches Viotti, condena a abordagem da CNBB que ele julga "pró-LGBT". "Não apenas tem o intuito de quebrar a barreira em relação ao que a doutrina da igreja considera pecado, que é o homossexualismo [sic], mas muito pior (...), lança uma nova religião", acusa.
Viotti gravou três vídeos nos quais aponta motivos para boicotar a campanha. Em um deles, na descrição, aponta que a ação "promove, uma vez mais, a subversão dos princípios e das instituições cristãs que fizeram grande nosso País".
Outro questionamento apontado pelos críticos é sobre a redação do texto-base, que, para eles, falta com a menção a Nossa Senhora e outros elementos da fé católica.
A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma nota na qual esclarece pontos referentes à realização da Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano, cujo tema é: “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e o lema: “Cristo é a nossa paz. Do que era dividido fez uma unidade”, (Ef 2,14a).
O documento reafirma a Campanha da Fraternidade como uma marca e, ao mesmo tempo, uma riqueza da Igreja no Brasil que deve ser cuidada e melhorada sempre mais por meio do diálogo. Iluminado pela Encíclica Ut Unum Sint, de 1999, do Papa São João Paulo II, o texto aponta também ser necessário cuidar da causa ecumênica.
Sobre o texto-base da CFE deste ano, os bispos afirmam que a publicação seguiu a estrutura de pensamento e trabalho do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), conselho responsável pela preparação e coordenação da campanha da fraternidade em seu formato ecumênico. “Não se trata, portanto, de um texto ao estilo do que ocorreria caso fosse preparado apenas pela comissão da CNBB”, aponta a Nota.
No documento, a presidência da CNBB reafirma que a Igreja Católica tem sua doutrina estabelecida a respeito das questões de gênero e se mantém fiel a ela. “A doutrina católica sobre as questões de gênero afirma que ‘gênero é a dimensão transcendente da sexualidade humana, compatível com todos os níveis da pessoa humana, entre os quais o corpo, a mente, o espírito, a alma. O gênero é, portanto, maleável sujeito a influências internas e externas à pessoa humana, mas deve obedecer a ordem natural já predisposta pelo corpo” (Pontifício Conselho para a Família, Lexicon – Termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas., pág. 673).
A nota informa que os recursos do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) seguem rigorosa orientação, obedecendo não apenas a legislação civil vigente para o assunto, mas também a preocupação quanto à identidade dos projetos atendidos. “Os recursos só serão aplicados em situações que não agridam os princípios defendidos pela Igreja Católica”, reforça a nota.
A presidência da CNBB afirma, no parágrafo final, que apesar de nem sempre ser fácil cuidar das dificuldades levantadas pela realização de uma Campanha da Fraternidade e da caminhada ecumênica e de muitos outros aspectos da ação evangelizadora da Igreja, nem por isso se deve desanimar e romper a comunhão, o que segundo os bispos é uma das maiores marcas dos cristãos. “Não desanimemos. Não desistamos. Unamo-nos”, exorta a presidência da CNBB.
Redação redeGN com informações CNBB
1 comentário
16 de Feb / 2021 às 12h55
Essa CNBB eh um grupo de excomungado infiltrado no catolicismo .