Vai completar um ano no próximo mês de março que cultura foi um dos primeiros setores a parar em meio à pandemia do coronavírus. Festejos juninos, sessões de cinema, shows de música, estreia de peças, concertos e exposições de arte foram suspensos logo na chegada do vírus ao país.
Em função da crise sanitária provocada pela covid-19, eventos culturais, que acabam movimentando a economia foram canceladas e "a preocupação para este ano 2021 começa a afligir a classe artística."
"Menos política e mais ação. Nós cantores somos geradores de emprego e renda. Tem músicos que precisam voltar a trabalhar para garantir o ganha pão". Foi o desabafo do cantor e compositor Almir Rouche.
"Não existe uma política na prática dos governantes com relação em dialogar e buscar uma saída digna para os trabalhadores da cultura no Brasil. Não podemos viver só de promessas", avaliou Alcimar Monteiro.
Todas as atividades, que dependem da aglomeração de gente e da venda de ingressos, foram interrompidas, mas não houve um plano para suprir a renda dos profissionais do setor. Este tema foi debatido na Rádio CBN, Recife, com apresentação de Aldo Vilela e participação do cantor e compositor Alcymar Monteiro e Almir Rouche. O programa foi exibido na tarde desta sexta-feira 22.
Detalhe: a crise da cadeia que tem no artista sua ponta mais reconhecida, atinge principalmente quem atua por trás das câmeras ou dos palcos. É o que garante Inti Queiroz, produtora cultural e docente em gestão cultural pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
“Muita gente acha que o setor cultural é basicamente de artistas. Mas além de artistas e produtores, nós temos técnicos, figurinistas, costureiras, maquiadores, montadores de palco, logística, eletricistas... Existem algumas produções onde a gente tem mais de mil pessoas trabalhando, em um espetáculo como o Fantasma da Ópera, por exemplo. É muito difícil dizer de fato quem trabalha com cultura ou não no Brasil, justamente por ser um setor autônomo com muita dificuldade de ser reconhecido como um trabalho”, explica.
A Pesquisa Percepção dos Impactos da Covid-19 nos Setores Culturais e Criativos do Brasil,revelam que os setores da cultura e da economia criativa foram os mais afetados pela pandemia do novo coronavírus, “porque tendem a voltar à atividade só no fim da crise”.
A Pesquisa Percepção dos Impactos da Covid-19 nos Setores Culturais e Criativos do Brasil,revelam que os setores da cultura e da economia criativa foram os mais afetados pela pandemia do novo coronavírus, “porque tendem a voltar à atividade só no fim da crise”.
A análise foi feita pelo sociólogo Rodrigo Amaral, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP) e um dos idealizadores do estudo.
Como em todos os setores da economia, o impacto da pandemia sobre a cultura e a economia criativa é muito forte, afirmou.
Os dois setores movimentam R$ 171,5 bilhões por ano, o equivalente a 2,61% de toda a riqueza nacional, empregando 837,2 mil profissionais. Antes da pandemia, esses segmentos culturais e criativos tinham previsão de gerar R$ 43,7 bilhões para o Produto Interno Bruto (PIB) até 2021. O PIB é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país.
O levantamento foi concebido a partir do esforço conjunto de pesquisadores, gestores públicos, universidades e instituições culturais, interessados em registrar a visão de indivíduos e coletivos sobre os impactos da covid-19 nas suas áreas de atuação, nas cadeias de produção e distribuição.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) foi a relatora do Projeto da Lei Emergencial da Cultura Aldir Blanc. A lei determina o repasse de R$ 3 bilhões para o setor cultural e foi sancionada integralmente para repassse dos recursos a estados e municípios.
Redação redeGN
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