Nos últimos tempos, a alta do preço do arroz foi amplamente divulgada e discutida. No entanto, não é somente este segmento que tem enfrentado problemas. A reportagem da REDEGN obteve informações de diversos setores e conversou com empresários que atuam em Juazeiro e Petrolina e que começam a ficar alerta sobre a falta de materia prima em centenas de empresas.
A questão da falta de produtos foi confirmado por empresários de diversos setores. "Realmente isto tem movimentado vários setores. Está havendo uma falta generalizada de produtos. Já tem, inclusive, indústrias têxteis que não estão aceitando pedidos. É algo complicado. Houve a paralisação por causa da pandemia, explosão da demanda e falta de matéria-prima. Às vezes tem matéria-prima, mas vai faltar embalagem".
Exemplo: além do comércio de vendas de roupas, pois a indústria têxtil também tem enfrentado altas expressivas e até mesmo escassez de matéria-prima, o algodão. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem, o avanço no preço do algodão, nos últimos meses foi bastante significativo.
Em Juazeiro e Petrolina os produtores de frutas estão deixando de exportar por falta de embalagens. Na plantação do exportador Eusébio Neves, por exemplo, as mangas estão se perdendo no pé ou no armazenamento há quase um mês. Nesse período, ele deixou de vender 240 toneladas da fruta para outros países.
"O maior problema nosso hoje chama-se embalagem. Tudo que é material de papelão está em falta no mercado. Um prejuízo financeiro e um prejuízo social, porque a gente deixa de gerar empregos", diz Eusébio.
O empresário Diego Andrade, também alerta para a falta de produtos farmacêuticos. Ele revela que o alcool gel começa a faltar e os donos de famácias tem dificuldade de manter o estoque. Com isto a tendência é aumentar o preço visto que cada vez fica mais dificil manter o estoque. Os fornecedores já alegam falta do produto no mercado.
O empresário Jacinto Santos, que atua em Petrolina e Juazeiro também alerta para a falta de coisas simples, como seringa, algodão, caixa térmica, saco plástico, luva descartável, e outras mais complexas, como refrigerador, freezer, sistemas informatizados e logística de distribuição e transporte. Ele comprou uns caminhões e a e o prazo de entrega previsto só em 2021.
Desse modo, os empresário já começam a ter dificuldades e por isto como há o risco de falta de estoques, o aumento de preços já é percebido. Várias empresas com sede no Sudeste já informaram para os empresários do Vale do São Francisco, "que o momento é atípido e desafiador onde o principal problema tem sido o abastecimento com as diversas matérias primas utilizadas no processo de fabricação dos produtos".
Na pandemia, muitas indústrias nacionais que fornecem matérias primas tiveram que parar e o reflexo disso está sendo sentido agora. As indústrias enfrentam a escassez de centenas de produtos, tentam renegociar prazos com clientes e estudam alternativas como por exemplo, a reciclagem.
A demanda está aquecida na indústria da cerveja, mas está faltando algo básico para a venda do produto, caixas de papelão. A matéria prima para fazer os rótulos das garrafas também está em falta. A quantidade de vidro no mercado preocupa.
Um dos comerciantes na região já sentiu dificuldades para repor o estoque de cerveja. "Situação preocupante. Existe uma cadeia produtiva, uma depende da outra e agora nesta pandemia os empresários já sentem a falta de produtos. Isto vai chegar ao consumidor de forma muito negativa, com aumento de preços, por exemplo".
Redação redeGN Foto Ilustrativa
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