Os gráficos de evolução da pandemia mostram um crescimento da taxa de reprodução do novo coronavírus nas últimas três semanas.Embora visualizar a curva ascendente seja uma maneira eficaz de alerta à população, especialistas preocupam-se com o relaxamento de medidas de contenção.
“No campo epidemiológico, o cuidado com aglomerações, a higienização das mãos e o uso correto de máscaras continuam como as únicas formas que temos de diminuir a velocidade de propagação do vírus”, afirma o médico clínico geral e coordenador do Pronto-Socorro do Hospital Santa Lúcia, Luciano Lourenço.
Para Luciano, medidas restritivas adotadas em março, como fechamento do comércio e proibição de diversas atividades, não devem ser bem recebidas pela população. Dessa forma, ele avalia que é preciso reforçar os cuidados básicos.
“ Do ponto de vista infeccioso, o ideal seria ninguém ter contato com ninguém. Mas, a gente sabe a importância do contato da família, por exemplo, em um fim de um ano difícil. Então, precisamos encontrar um meio termo, reduzindo ao máximo o número de pessoas em encontros, com pouco contato físico e uso de máscara, entre outras ações”, pondera.
"Uma pessoa pode estar assintomática ou no começo da contaminação, ainda antes dos sintomas, e levar o vírus para outras. Vimos que as festas de fim de ano e o carnaval estão cancelados, porque é preciso evitar essas aglomerações. No dia a dia, tendo cuidado com sapatos e roupas ao entrar em casa, máscara sendo utilizada corretamente. As pessoas não podem relaxar, têm que optar pelo menor risco possível, ou seja, evitar espaços fechados, aglomerações, festas, toques entre as pessoas, locais que não respeitam a distância e, sempre, utilizar a máscara", diz.
Uma nota técnica divulgada semana passada por pesquisadores de diferentes universidades federais deixa claro a importância de evitar sair de casa sem necessidade. “O isolamento social vem caindo sistematicamente em todo o país desde que as primeiras medidas de distanciamento foram implementadas, em março, o que explica as, ainda, muito altas taxas de transmissão do vírus”, informa o texto.
Redação redeGN Foto Agencia Brasil
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