Artigo - Cotidiano familiar e a pandemia

31 de dezembro de 2019, comemorações, bons sentimentos, abraços e desejos de saúde e paz. É assim que a maior parte dos brasileiros vivenciou essa data. Como em todos os anos, fazemos novos planos, reorganizamos metas e acreditamos que as oportunidades nos serão postas para que consigamos atingir nossos desejos.

O que ninguém esperava era uma condição mundial que viesse como um grito de parada, um freio, um obstáculo. Paramos muitos objetivos, desejos, sonhos e metas e precisamos reorganizar a vida para nos mantermos dentro da realidade social e econômica, da melhor maneira possível. Nesse contexto há pais, mães, filhos e há escolas.

É fato que muitas famílias transformaram sua rotina a partir da condição pandêmica. Pensando na relação pais e filhos, da rotina construída a partir das ações de cada membro familiar, constatamos que anterior ao período de quarentena, com escolas de educação básica em pleno funcionamento, os pais ou responsáveis se dividiam para levar e buscar as crianças da escola, arrumar a lancheira e até mesmo auxiliar os filhos na separação do uniforme e dos materiais. Ocorre que hoje, essas atividades tão comuns deixaram de acontecer, porém, essa ausência não é sinônimo de tempo livre. Justamente pelo fato de muitos profissionais, pais e mães, atuarem na contemporaneidade a partir da condição de home office e assim dividirem as funções profissionais com a organização da casa e, naturalmente, das crianças e suas atividades escolares.

Entretanto, essa situação promoveu uma tensão em grande parte dos lares brasileiros, promovendo inclusive debates a partir da temática nas redes sociais, sobrecarregou os pais e deixou as crianças ansiosas e até entediadas. Estar em casa, mas, não passear ou brincar com os amigos pode afetar o emocional das crianças e, indiretamente, de seus pais. Para somar a essa realidade, há responsáveis que infelizmente contribuíram para o aumento das estatísticas do desemprego no Brasil, que beira os 16%, acrescentando as tensões dentro do lar, sobretudo pelo orçamento familiar que é afetado.

Vivenciar uma quarentena em condições econômicas incertas, é um dos principais motivos de desiquilíbrio emocional nesse período de pandemia. É preciso respirar, organizar e replanejar, pais e filhos, em busca de um equilíbrio que auxilie no cumprimento de todas as atividades.

A escola precisa das crianças e essas, por sua vez, são formadas integralmente pela escola e pela família, assim como aponta nossa Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9394/1996) em seu segundo artigo. É uma junção, uma união em prol de um objetivo em comum: formar sujeitos íntegros e construir conhecimentos, seja em encontros presenciais ou remotos. Nesse cenário, precisamos unir forças para que todos, inclusive nossas crianças, consigam passar pela pandemia sem grandes traumas e com aprendizados, de conteúdos para aqueles que são estudantes e de sociedade, para todos nós.

Autoras:

Kellin Inocêncio, mestre em educação, professora do curso de Pedagogia do Centro Universitário Internacional Uninter.

Gisele Cordeiro, doutora em educação, coordenadora da área de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter.

Autoras: Kellin Inocêncio e Gisele Cordeiro