O ministro da Economia, Paulo Guedes, esclareceu que, atualmente, o plano 'A' do governo é acabar com o auxílio emergencial em dezembro e dar continuidade ao Bolsa Família, a partir de janeiro.
"Hoje, o plano é A é: chegamos ao fim do ano, fazemos o phasing out (transição, em tradução livre) do auxílio emergencial, e aterrissamos no bolsa família", afirmou no 39º encontro nacional do comércio exterior, promovido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) nesta sexta-feira (13).
Porém, o ministro da Economia não falou se o Bolsa Família irá voltar aos mesmos patamares de antes do auxílio emergencial e nem se haverá mais ou menos beneficiários. Durante a pandemia, as pessoas que recebiam o Bolsa Família foram transferidas automaticamente para o auxílio emergencial, que paga valores maiores.
Apesar de ter destacado que a criação de um novo programa social, com o nome de Renda Brasil, está no plano de governo, o ministro disse que o governo não irá se aventurar a gastar o que não tem.
"Enquanto a discussão não estiver estabelecida, e ela não está, vamos voltar para o Bolsa família e acabou", reforçou.
Guedes ressaltou que o plano do governo com o Renda Brasil seria criar algo evolucionário ao, já existente, Bolsa Família.
"É um produto evolucionário: se for possível consolidar alguns programas num Renda Brasil dentro dessa família de programas sociais de transferências de renda, ótimo, mas não haverá populismo", enfatizou.
Na última quinta-feira (12), o ministro chegou a dar 'certeza' de que o auxílio emergencial seria prorrogado ou até recriado no caso do país ser atingido com uma segunda onda da pandemia. Em seguida, no entanto, a CNN apurou que o ministro reforçou a interlocutores que deixou claro que não trabalha com essa hipótese.
Além de gerar incômodo na equipe econômica, a fala de Guedes sobre a prorrogação do auxílio emergencial foi criticada pelo presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia.
Saída da recessão
O ministro ainda afirmou que acabara de receber a notícia de a economia brasileira está saindo, oficialmente, da recessão. "Nossa hipótese de trabalho é que a pandemia está descendo e a vacina está chegando. São duas notícias positivas do lado da saúde e da economia",
Do lado da economia, ele citou como um dos indicadores que corroboram a saída da recessão a geração de 300 mil empregos em setembro, seguida da abertura de 100 mil novos postos em julho e outros 200 mil em agosto.
"O ritmo é tão forte que acho difícil mantê-lo", disse Guedes.
O ministro, no entanto, completou que como a economia está saindo da recessão, a tendência é a de ocorrer menor perda de empregos daqui para frente do que se perdeu nas duas últimas recessões.
"Estamos atravessando esta crise com menos prejuízos que nas crises anteriores, o que mostra que nossos erros de políticas econômicas foram mais prejudiciais à economia do que a pandemia", afirmou Guedes.
Estadão Conteúdo
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