O ano de 2020 se mostrou desafiador em todos os setores e teve impacto, também, na educação. Embora boa parte da população estivesse familiarizada com a tecnologia, ter aulas remotas parecia uma realidade distante, mas que foi "forçada" pela pandemia e pelo isolamento social. A ludicidade das aulas do professor João Trapiá teve que ser reinventada para o virtual.
O livro Metamorfose de memórias, que tem 13 contos de alunos do 9° ano e publicado pela Editora Vecchio, é fruto dessa reinvenção. Ele é um projeto de Letramento Literário do professor João Trapiá e da Escola Ester Martins. Tal projeto consiste em trabalhar a Literatura em suas diversas faces, como a leitura e a escrita.
Depois de participarem do projeto Rodízio Literário, articulado por Trapiá, os alunos partem para a próxima etapa do projeto, que são as oficinas de Escrita Criativa. Nela, os alunos participam de oficinas coletiva e individualmente, para que seus textos recebam reflexões dos demais alunos e, por fim, o professor possa apresentar-lhes técnicas de escrita. "O Rodízio consiste em cada aluno receber um livro, que, após ser lido, é passado para um outro discente. Daí, o nome "rodízio", porque o livro roda entre eles", diz o professor.
O projeto, que existe desde 2018 e que já publicou três livro seguindo a mesma metodologia, precisou se adaptar aos encontros virtuais, visto que os decretos municipais e estaduais não permitiram a reabertura das escolas. "A princípio, tomei um susto. Eu sempre acreditei que estar face a face com meus alunos facilitaria o processo de letramento literário, pois os espaços destinados para a leitura na sala de aula e os debates sobre os livros despertariam a vontade de ler até mesmo nos que não têm muita afinidade com a leitura. E isso funcionou nos últimos dois anos. Precisei adaptar, inclusive, o suporte dos livros, que deixou de ser o físico e passou a ser o virtual. Foram mais de 3 meses de encontros online. Oficinas que aconteceram até mesmo no feriado e nos fins de semana. Mas deu certo! O livro está lindo", orgulha-se Trapiá.
Ao ser perguntada sobre o que lhe representou a experiência de publicar um texto, a aluna Sarah Gabriela relata: "Bem, sinto orgulho um pouco de ter um conto publicado em um livro e alegria por ter criado uma ideia tão simples e transportá-la para uma história com palavras cheias de significados por trás, pois para o personagem do meu conto, uma rosa branca é mais do que apenas uma simples rosa branca, tem significado para ele, entende? Me sinto feliz por conseguir um conto cheio de palavras que têm certo significado na vida do personagem principal".
Já para o aluno Pedro Pimentel, a experiência das técnicas de leitura e de escrita foram muito importantes, pois, ensinou-lhe a ver os livros de forma integral: "Um bom aprendizado, um visão ampla sobre como é ler realmente um livro, pois antigamente eu lia só por ler, não entrava de cabeça da história.
O lançamento do livro será no dia 12 de novembro e, devido a pandemia, restrito aos autores e aos seus familiares, na rua José Francisco da Gama, n 18, Areia Branca.
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