Estudantes de Juazeiro chamaram a atenção na manhã desta quarta-feira (21) pedindo o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Apesar de apelos de estudantes, professores e de alguns parlamentares, o Ministério da Educação (MEC) tem mantido o cronograma do exame.
No protesto hoje (21) as estudantes usaram uma faixa escrita: "Em defesa do direito de ensinar, estudar e aprender. Boicotar o ensino remoto/ead. Pelo adiamento do Enem. Rumo ao 40ºENEPE".
O cronograma do Enem prevê: Provas impressas: 17 e 24 de janeiro. Prova digital: 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Reaplicação da prova: 24 e 25 de fevereiro (para pessoas afetadas por eventuais problemas de estrutura). Resultados: a partir de 29 de março
No mês de julho, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) apresentou dados sobre o ENEM. Entre eles, a informação de que a cada quatro candidatos, três têm dificuldades com a internet.
"Alertamos desde o início de nossa mobilização pelo adiamento da prova que a exclusão digital é um dos problemas que os estudantes brasileiros enfrentam nesse momento de pandemia. Por isso, questionamos a enquete realizada com datas sem critérios e a falta de soluções, por parte do governo, para as dificuldades apresentadas".
Ainda de acordo com INEP, a solicitação para adiar o ENEM não foi levada em conta.
"A escolha feita pelo Ministério da Educação, de realizar a prova nos dias 17 e 24 de janeiro, demonstra que não existe um diálogo verdadeiramente democrático com os estudantes, profissionais da educação e saúde. Durante o período em que foi realizada uma consulta cujo resultado não foi levado em consideração, o diálogo aberto com todos os segmentos poderia nos ter apresentado a saída. Vamos continuar lutando, além de recorrer por todos meios cabíveis, para que haja a formação de uma Comissão de Crise para discussão das novas datas, que envolva não só Reitores e Secretários de Educação, mas também representação de estudantes, professores e outros especialistas em educação e em saúde".
Diversos abaixo-assinados e reivindicações foram realizadas nas redes sociais afirmando que as condições para o estudo são muito desiguais no cenário em que as aulas foram suspensas por causa da pandemia do novo coronavírus.
A conta oficial do MEC no Twitter divulgou uma campanha reforçando que vai manter os prazos do Enem. Com os lemas "O Brasil não pode parar" e "A vida precisa continuar", o Ministério da Educação mostra, no vídeo, quatro estudantes secundaristas, gravando com os próprios celulares. Os jovens incentivam o estudo à distância e pela internet.
A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a União Nacional dos Estudantes (UNE) lançaram a campanha #AdiaEnem. O presidente da Ubes, Pedro Gorki, afirma que não é viável as provas do Enem serem realizadas conforme o calendário previsto, pois não leva em consideração o momento de pandemia e isolamento social que o país está enfrentando.
"Quando falamos de adiamento do Enem falamos de um tema muito sensível, que é o sonho do jovem de entrar na universidade", afirmou. Uma petição online foi lançada pelas entidades também pedindo o adiamento do Enem 2020.
Redação redeGN Foto Wilson Duarte
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