Enxames de Abelha continuam chamando a atenção de moradores da zona urbana de Juazeiro e Petrolina. Prestes a completar um mês de quando um enxame no centro de Petrolina provocou a morte de um senhor de 71 anos de idade, após ser atacado por abelhas. Além dele, outras nove pessoas tiveram ferimentos.
Trinta dias depois pós esse acontecimento, enxames continuam sendo detectados em diversos pontos da cidade. Nas últimas semanas foram capturados enxame de abelhas no bairro cajueiro, bairro centenário. O projeto Abelha Viva e o Nono Grupamento do Corpo de Bombeiros são parceiros nos resgates.
Devido o grande nome de chamados o projeto Abelha Viva está formalizada como MEI-Micro Empreendedor Individual e atende pessoas jurídicas e pessoas físicas. As capturas de enxames de abelhas se estendem em áreas urbanas e rurais. O atendimento pode ser chamdo pelos telefones (74) 988078757 ou (74) 991163186.
Em Petrolina a situação também chama a atenção. O diretor presidente da Agência de Vigilância Sanitária, Marcelo Gama, diz que o programa SOS Abelhas recebe cerca de 30 chamados por dia.
Marcelo Gama informou que acionou o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e Procuradoria do Município para que a partir dessa semana outras possibilidades de convocação de apicultores para ajudar no combate aos enxames.
Em Petrolina, o grupo de resgate SOS Abelhas pode ser acionado através do telefone (87) 3867-4774. Em risco de ataque emergencial, o Corpo de Bombeiros deve ser acionado através do 193 para intervenção imediata.
Os casos trazem a atenção para o fenômeno da migração das abelhas para a zona urbana e preocupa moradores da cidade, que relatam não entender o porquê do surgimento das abelhas e não saber como agir em determinadas situações que as envolvem.
São abelhas do gênero Apis mellifera, conhecidas como abelhas africanizadas, e são altamente defensivas. Com enxames populosos, com uma média de 60 mil abelhas, essas colônias morrem para defender a própria espécie, ao passo que ao ferroar uma pessoa, a abelha deixa junto com o ferrão parte do intestino e a bolsa de veneno, para garantir que a ameaça seja neutralizada.
A professora do colegiado de Zootecnia da Universidade Federal do Vale do São Francisco, Eva Mônica Sarmento, explica que esse caso não é exclusivo à Petrolina e Juazeiro e é atribuído também ao desmatamento.
“Elas foram introduzidas no Brasil em 1956, em 1980 chegaram ao Nordeste e logo também nos Estados Unidos. E essa migração se atribui a falta de diversidade de plantas; ao desmatamento que vem acontecendo ao longo dos anos, do qual o homem é o maior culpado”, explica. Para as abelhas, o objetivo é buscar alimento (os recursos florais) para se manterem vivas.
“Elas sempre vão fazer isso. Secou no litoral, elas migram para o sertão. Secou no sertão, elas migram para o litoral e para as outras cidades”, complementa.
CUIDADOS:
A pesquisadora garante também que esses enxames são temporários e dificilmente apresentam comportamento defensivo, porém traz algumas instruções básicas que constam em alguns protocolos da Defesa Civil caso seja necessário a proteção contra as abelhas:
- Isolar a área e se proteger em um local seguro;
- Acionar o resgate e aguardar o atendimento (que, salvo casos emergenciais, sempre acontece durante a noite, uma vez que as abelhas são animais diurnos);
- Em hipótese alguma tentar fazer intervenções, seja com água, veneno, água sanitária ou qualquer outra coisa. Isso pode irritar as abelhas, que irão se defender. Uma vez que isso acontece é impossível a realização do resgate com abelhas dispersas; Em caso de ataque, cubra a cabeça, a área do pescoço e o rosto (áreas mais sensíveis) e não gritem ou façam barulho. As abelhas são bastante sensíveis à ruídos;
- Oriente crianças a não provocarem as colmeias.
Redação redeGN Foto Abelha Viva
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