O deputado estadual Antonio Coelho (DEM) visitou, nesta terça-feira (6), as filhas da artesã Ana das Carrancas, Pepê (Maria da Cruz) e Ângela Lima. No encontro, o parlamentar comunicou oficialmente uma homenagem à Dama do Barro, de sua autoria, que recebeu aprovação da Assembleia Legislativa.
Em breve, Ana das Carrancas será reconhecida como “Patrona da Arte Ceramista de Pernambuco”. O Projeto de Lei Ordinária nº 1389/2020 do democrata, que propõe o reconhecimento à artista, aguarda apenas a sanção do governador para se tornar lei.
“O legado de Ana das Carrancas para a cultura pernambucana vai além da sua vida e da sua arte com o barro, carrega a alma e o caráter do sertanejo que, diante das mais adversas condições, reinventa-se, torna-se único e grande, tal qual sua fé, tal qual seu rio, o nosso São Francisco”, destaca Antonio Coelho, ressaltando sua motivação em prestar essa homenagem a uma artista tão importante para a cultura nordestina.
Ana Leopoldina Santos ou a Dama do Barro, como também ficou conhecida, é sertaneja, filha do Distrito de Santa Filomena, no município de Ouricuri. No entanto, foi em Petrolina, com o barro extraído das margens do Rio São Francisco, que fez da produção de carrancas o seu mundo por mais de 40 anos. A sua arte não só lhe garantiu o sustento, mas também foi reconhecida e elogiada dentro e fora do Brasil.
O patrono representa um reconhecimento àquele que luta, que cria e defende uma causa, uma ideia; atua para proteger o seu legado de influências externas que não reflitam e/ou não tenham interface sobre as ações criadas. Dessa forma, o patrono trabalha em prol da perpetuação da arte, do seu legado, antes e após a morte.
Ana das Carrancas também já foi agraciada com outras homenagens. Entre elas estão a Ordem do Mérito Cultural (2005) e o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco (2006). A primeira é uma condecoração honorífica dada a personalidades brasileiras e estrangeiras em reconhecimento a contribuições dadas à cultura do Brasil. A segunda é oferecida a mestres da cultura popular e de notório saber. Recebem esse título através de um concurso público apoiado na Lei do Registro do Patrimônio Vivo (Lei estadual nº 12.196/2002). A honraria, além de permitir a preservação e valorização das manifestações populares e tradicionais, gratifica com uma pensão vitalícia mensal esses representantes da cultura popular e tradicional do Estado.
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