A quarta fase do maior estudo epidemiológico sobre o coronavírus no Brasil mostrou desaceleração no contágio. Os pesquisadores estiveram em 133 cidades de todos os estados do Brasil, além do Distrito Federal, e fizeram o teste rápido. Esse tipo de exame aponta se a pessoa teve ou não contato com o vírus e se desenvolveu anticorpos.
Em todas as etapas do estudo, são aplicados 33.250 testes. Na etapa anterior, em junho, 963 pessoas tiveram resultado positivo. Na pesquisa do fim de agosto, o número caiu para 418.
"Ele não sumiu ainda, mas a nossa pesquisa mostra que ele está desacelerando. Então está diminuindo a ocorrência de pessoas contaminadas no Brasil", afirma Pedro Hallal, coordenador da pesquisa.
O maior percentual de infectados foi nas regiões Norte (2,4%) e Nordeste (1,9%). No Sul, Centro-Oeste e Sudeste, o percentual de infecção ficou em 0,5%.
Em maio e junho, os adultos se contaminaram mais. Agora, idosos e crianças foram os mais infectados.
“Quem tinha que se infectar dos adultos, se infectou bastante naquela época. E, agora, a pandemia está infectando mais crianças e idosos. Somos muito preocupados com o resultado dos idosos. Por quê? A gente sabe que a infecção nos idosos tende a ser um pouco mais grave do que nos outros grupos etários”, explica Hallal.
A pesquisa confirma que a maior incidência de novos casos não é mais nas capitais e grandes cidades, mas no interior do país. Juazeiro do Norte (8%) e Sobral (7,2%), no Ceará, apresentaram o maior percentual de infectados.
A pesquisa também apontou que os 20% mais pobres da população apresentam um número de casos duas vezes maior que os 20% mais ricos. São pessoas que vivem em áreas carentes, moram em casas pequenas, onde a aglomeração muitas vezes é inevitável.
Os dados agora demonstram que o índice de letalidade está baixando: caiu para 0,7, ou seja, a cada mil pessoas que pegam a doença, sete morrem. Antes, esse índice era de 1,1%.
“Assim como está desacelerando, pode voltar a crescer se as pessoas deixarem de tomar os cuidados mais básicos de distanciamento social, de higienização, lavar as mãos, usar a máscara. Muito importante o uso das máscaras”, alerta Hallal.
JN
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