É muito comum nos encontros sociais do dia a dia, quando nos bate-papos proliferam assuntos de toda ordem, desde religião, política e até se discute o sexo dos anjos, de se ouvir comentários do tipo “Fulano é polêmico!”, como forma de definir alguém que busca exibir conhecimento sobre tudo, desde que seja para contestar ou contrariar os outros no debate. Quase sempre nos lembramos de alguém com essas características no nosso círculo de amizade, sempre irredutível nos seus pontos de vista e contumaz dono da verdade. Esse é o perfil do verdadeiro polêmico, para início de conversa.
Quando o nosso pensamento se desloca para avaliar os grandes debates nacionais e internacionais, geralmente estamos interessados em encontrar um porto seguro de ideias firmes e que alimente as nossas convicções sobre determinados temas. Isso significa dizer que as declarações emanadas de pessoas com poder representativo, em qualquer nível, sejam revestidas de fundamentação lógica, equilíbrio e coerência, inspirando na população confiança e credibilidade. Jamais poderá ensejar a dura crítica popular de que “o que Fulano fala não se escreve”. E aqui vamos ser sinceros, tem determinadas figuras que realmente são assim, e não que sejam polêmicas, na verdade, são mentirosas mesmo!
No conturbado e sofrido momento da Pandemia no país, foi inquestionável que o Governo Federal investiu bilhões de reais no apoio aos Estados e Municípios para o combate ao vírus e investiu na parceria com Laboratórios buscando alcançar, com urgência e prioridade, a vacina que viabilizará a proteção do povo brasileiro, providências que merecem o reconhecimento.
O Brasil é constituído como um Estado Federativo, em que os Estados Membros têm a Autonomia Administrativa e o Estado Federal tem a Soberania Nacional. Assim, considero que sendo a Pandemia um problema mundial, o interesse coletivo e o nome da Nação estão envolvidos e se sobrepõem ao direito individual e a Autonomia dos Estados da Federação. Logo, o controle absoluto de todo o combate deveria ter sido atribuído ao Governo Federal. A verdade é que, embora o STF tenha reconhecido o direito de gestão de Estados e Municípios sobre a crise, não houve efetivo empenho para reverter esse entendimento, priorizando o Governo Federal. Parece muito evidente de que alguém “lavou as mãos” nesse processo, assumindo a cômoda postura do “não me cobrem depois pelas vidas dos que morreram”. Aliás, já ouvimos isso fartamente...
Ainda que decorridos mais de seis meses de sua presença mortal e com números que impressionam, o COVID-19 permanece um ilustre desconhecido, já provocando sinais de reincidência em alguns países que estavam superando a tragédia. Com toda essa gravidade, é desgastante observar que aqui houve politização da crise, e a presença atuante da criminosa corrupção. Essa foi a mistura infame e perversa que conseguiu sobrepor a lógica de qualquer pessoa normal.
Em outros tempos o Presidente da França, General Charles de Gaulle, 1959/1969, declarou que o “Brasil não é um país sério”. Claro que o sentimento de nacionalidade e respeito à pátria, nos deixa indignados diante de tal frase, embora possa ter havido algum motivo para tal afirmação. Aí, voltamos aos dias atuais e vemos que o mesmo governo que sancionou a Lei n. 13.979, de fevereiro/2020, chamada "Lei do Coronavírus", que estabelecia, entre outras regras: isolamento, quarentena e determinação de realização compulsória de: exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e outras medidas profiláticas ou tratamentos médicos específicos. Em total desrespeito à própria lei de sua autoria, no último dia 31/08 o Presidente Bolsonaro afirmou “que ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina”. Isso para não falar da oposição ao isolamento, distanciamento social e uso da máscara! Ou seja, está o dito pelo não dito, como se diz por aí.
Esse e outros episódios de voltar atrás em diversas afirmações, não só dão razão ao Presidente de Gaulle, como nos passam o convencimento, talvez por motivos eleitoreiros e populistas, de que O IMPORTANTE É POLEMIZAR!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – de Salvador - BA.
13 comentários
06 de Sep / 2020 às 23h24
Polemica? Dito pelo não dito? A retrospectivas que temos no campo político a nível municipal, estadual, nacional e mundial, endossa as afirmações que foram feitas neste seu artigo. Florisvaldo F. dos Santos
06 de Sep / 2020 às 23h27
Gostei do Artigo! PORQUE polêmicas não faltam todos os dias... E nem vou enumerar! MAS o contexto do Artigo dá uma noção realista das polêmicas deles com eles mesmos, deles com os outros, dos outros com eles, pense! NÃO quero nem pensar para não polemizar também...rsrsrs
07 de Sep / 2020 às 02h26
É só seguir o dinheiro para descobrir que toda a família Bolsonaro estava envolvida num esquema só. É um teste e tanto para a nossa democracia. Se a lei for seguida, o presidente terá seus filhos na cadeia enquanto estiver no cargo. E terá que explicar porque também nomeou fantasmas, como a filha de Queiroz, e porque Michele recebeu R$ 89 mil do Queiroz.
07 de Sep / 2020 às 02h29
O IMPORTANTE É MENTIR????BOLSKNARO ENGANOU O BRASIL. HOJE O BRASIL CHEIO DE LARANJAS......FILHOS DE BOSTAnaro MILIONARIOS
07 de Sep / 2020 às 02h32
BOUSONARO NUNCA MAIS ..RACHADINHAS QUEBROU O BRASIL..ARROZ 5.00..GASOLINA 5.00..FEIJAO 5.00...OLEO 5.00.
07 de Sep / 2020 às 02h35
FILHOS DE BOSONARO COM MILHOES sem nunca trabalhou. E O POVO trabalhar SEM NADA. Sem nem uma ruela no bolso. NOLSONARO PIOR QUE COLLOR
07 de Sep / 2020 às 02h38
Bom dia. Que a coragem do jornalista contamine a todos nós na luta contra o fascismo Por que me persegues, Bolsonaro? Por Felipe Pena Quem és tu na fila do pau de arara, capitão? Um Fleury com baba de poodle ou um Médici na sombra do guarda da esquina? Querias matar 30 mil e já triplicastes a meta. Querias o genocídio indígena e aproveitas a pandemia. Querias o fim da floresta amazônica e teu ministro vai passando a boiada. E agora queres o meu silêncio, minha cumplicidade, meu aceno de Jarbas Passarinho. Não, não conseguirás colocar mordaça em quem te denuncia, capitão. Quem és tu para
07 de Sep / 2020 às 05h42
Os irmaos e filhos de Bolsonaros RICOS ambulancia na porta 24 horas e para o BRASILEIRO dar uma BANANA
07 de Sep / 2020 às 06h57
Gostei do tema de sua crônica desta semana e, em especial, do "dito pelo não dito". Grande verdade. Sobre a "polêmica" (olha a polemização de novo!!) frase atribuída ao General de Gaulle, há muitos anos, li que o General TERIA afirmado nunca haver dito que "o Brasil não é um país sério!" Mas o que importa é que lhe foi atribuída tal assertiva e nós, no Brasil, especialmente no âmbito político, temos ratificado essa má fama a que você, com a competência que lhe é peculiar, deu outra prova do nosso defeito. Parabéns por mais este semanal e bem elaborado trabalho redacional. (Salvador-BA).
07 de Sep / 2020 às 07h06
Agenor, sempre esclarecedor. (Salvador-BA).
07 de Sep / 2020 às 07h45
O DINHEIRO DO BRASIL TA NA MÃO DOS MILICIANOS GENOCIDAS PSICOPATAS. COMK FILHOS DE BOLSONARO COMPROU 79 APARTAMENTOS???
07 de Sep / 2020 às 09h20
Embora a polêmica as vezes seja o prenúncio de um embate, torna-se necessária em algumas situações. Esta frase do presidente foi uma resposta dada a uma apoiadora que pediu que não fossem permitidas vacinas que não fossem seguras. Portanto, a resposta foi correta embora desvirtuada pela imprensa. Principalmente por algumas vacinas não estarem com seus testes completos e terem sido compradas por alguns governadores. Enquanto a mais testada, a de OXFORD, com 100 milhões de doses adquiridas pelo governo federal , foi desconsiderada. Por ideologia e interesses políticos. FOZ DO IGUAÇU
08 de Sep / 2020 às 02h32
Quem escreve para agradar gregos e troianos, ou somente um “grupo polêmico”, perde-se na vaidade de achar que tem a razão, a visão completa. Mas visto de fora é mais um a ranger os dentes por várias razões, como despeito, incomPeTência, necessidade de puxar o saco, dependência de opiniões alheias, elogios.