A terra voltou a tremer no interior da Bahia, na madrugada desta segunda-feira (31). Segundo o Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN), o abalo sísmico mais forte registrado esta madrugada atingiu magnitude preliminar 3.5 na escala Richter, e foi sentido em várias cidades do Vale do Jiquiriçá, principalmente na cidade de Amargosa, próxima à qual ocorreu o epicentro do terremoto.
De acordo com a diretora de Comunicação da prefeitura de Amargosa, Gabriela Andrade, a recente sucessão de tremores deixou os cerca de 38 mil moradores da cidade alarmados.
“Tá todo mundo muito assustado. E é difícil tranquilizar a todos, já que nem os especialistas sabem se isso vai continuar acontecendo”, disse a diretora à Agência Brasil.Segundo Gabriela, apesar do susto, não há registros de feridos ou desalojados. “Na zona rural, alguns imóveis sofreram rachaduras, inclusive uma igreja do distrito de Corta Mão, mas nenhum deles corre risco de desabamento ou precisou ser condenado”, disse a diretora, acrescentando que o tremor foi mais intenso no distrito de Corta Mão, a cerca de 18 quilômetros do centro da cidade.
Segundo o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), em 2018 e 2019 foram registrados nove tremores de terra nessa mesma região da Bahia, o que revela “um histórico significativo de sismicidade no Recôncavo Baiano”. Já o LabSis/UFNR informou que o evento mais antigo que se tem notícia nessa região ocorreu em dezembro de 1899, quando foi registrado um tremor de magnitude estimada 3.5.
“Esses nove episódios se concentram em três períodos distintos”, disse a diretora de Comunicação da prefeitura de Amargosa. “Mas não é uma coisa comum e as pessoas ainda ficam assustadas. Principalmente porque sempre ouvimos dizer que não há terremotos no Brasil. Então, isso, para as pessoas, é uma novidade”, acrescentou Gabriela, garantindo que a prefeitura vem procurando manter a população informada sobre a situação, principalmente para evitar a propagação de boatos e notícias falsas. Ela disse que especialistas da UFRN conduzirão um estudo na região.
Em nota, os especialistas do Centro de Sismologia da USP explicaram que, como o Brasil está no meio de uma placa tectônica, terremotos de maior magnitude são “extremamente raros”. Mesmo assim, a movimentação desta chamada Placa Tectônica Sul-Americana causa grandes pressões em seu interior, forçando novas acomodações da matéria que forma este bloco rochoso.
“Como em sismologia é impossível fazer previsões, não é possível saber se esses eventos vão ficar circunscritos às proximidades de Amargosa ou vão iniciar um novo ciclo de intensa atividade sísmica nessa região da Bahia”, apontam os especialistas.
Agencia Brasil Foto PMA
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