São quase 150 dias da transformação do INCRA Petrolina, em Unidade Avançada e alcançamos o abismo entre a Reforma Agrária na região e o interesse político do Centrão.
Após uma alteração regimental em 02.03.2020, que pegou os servidores do INCRA/Petrolina, de surpresa, sem nenhum esclarecimento prévio, combinada com a pandemia do covid-19, vivemos tempos sombrios dos serviços do Instituto de Colonização e Reforma Agrária na Região.
Não existe mais gestão local, os atos de gestão e decisão foram transferidos para Recife, restando aqui em Petrolina, apenas a execução do nada. Sim!, do nada, pois os servidores estão afastados há cerca de cinco meses, sem trabalho presencial, ou de campo, apenas despachando processos no Sistema de Informações do Órgão.
Seria o INCRA, um órgão apenas burocrático? a plantação, a colheita, à assistência técnica aos assentados, a parca criação de animais, acesso a água, créditos, regularização de famílias quilombolas, serão executadas à distância?
Quanto a perspectiva de retorno é praticamente nula, pois não existe Horizonte de regresso das atividades, possivelmente devido a total ausência de gestão, que até a presente data não divulgou protocolo de retorno, verifiquei "in louco" ausência de álcool gel, isso mesmo, álcool gel para os servidores não foi identificado.
Seguimos nos devaneios da política local com o INCRA, apresentando em seu Instagram "INCRA-PE" apenas encontros políticos para divulgação de ações meramente polítiqueiras, sem efetividades para os agricultores e agricultoras que aguardam e torcem que os despachos no sistema do INCRA sejam transformados em programa de Reforma Agrária.
Quanto aos servidores, afastado em suas casas, resta apenas orações em prol da permanência na cidade, pois já existe sinalização de possíveis remoções para outros estados. Necessidade ou perseguição?
Qual a função social do INCRA? como será sua atuação na região do médio São Francisco? Possivelmente via despachos em sistema e publicações políticas no Instagram INCRA-PE
Caos na Reforma Agrária, descaso na pandemia. Fragilidades no cumprimento da missão institucional temos, e daí?
Daí! se faz imperativo uma ampla mobilização da sociedade civil e politica, principalmente dos movimentos sociais de luta pela Reforma Agrária, no sentido de reverter o caos que se instalou e, pelo visto, se depender dos políticos da região, muito pouco ou nada vai acontecer em prol da Reforma Agrária, pois seus esforços estão centrados no Agronegócio, onde estão boa parte dos seus rendimentos empresariais.
Em que pese ter mão-de-obra qualificada, um péssimo exemplo, é a politicagem das oligarquias locais, na COODEVASF, sem coração, destilando sua perseguição aos trabalhadore e as trabalhadoras rurais familiares, assentados e assentadas da Reforma Agrária, pois em pleno Século XXI, e com o Rio São Francisco, jorrando sem risco de racionamento, conforme informações da Agência Nacional de Águas, ainda existem em Petrolina, Assentamentos da Reforma Agrária, com 16 ou mais anos de existência, sem água para o plantio, mesmo o canal de irrigação da COODEVASF, que foi construído com recursos públicos, passando por dentro de Assentamentos, como é o caso do Terra da Liberdade, provando com isso, o total abandono e discriminação do Órgão, sem viabilizar a concessão do uso da água para os trabalhadores e trabalhadoras rurais, hoje com terra, produzirem riquezas, para o seu sustento e da nação, fortalecendo o mercado local.
Petrolina se avizinha a Juazeiro e às eleições municipais, cabendo aos milhares de trabalhadores e trabalhadoras rurais definirem o seu destino, cujo poder volta para suas mãos em 15 de novembro .
Rosalvo Antonio da Silva
Secretário Geral do PSOL/Petrolina
Licenciado em História/UPE
Técnicos em sanemento/ETF-PE
Coordenador Geral Do CPP
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24 de Aug / 2020 às 11h14
Petrolinda