Os governadores de Pernambuco e da Bahia iniciaram protocolos para a reabertura das escolas públicas. Apesar do silêncio dos vereadores e prefeitos de Juazeiro e Petrolina o assunto já é comentado entre pais, alunos e professores.
Na mira da preocupação: escolas construídas em prédios antigos com problemas na estrutura e sem ventilação adequada. Falta de água. Jornadas de trabalho exaustivas para os educadores, projeções de distanciamento impraticáveis entre os alunos.
Esses temas e questionamentos foram expostos com alguns diretores e professores da rede pública de Juazeiro e Petrolina que preferem o anonimato para tratar o possível retorno às aulas.
Os governos da Bahia e Pernambuco ainda não preveem uma data para o retorno na rede pública de ensino.
Um dos professores ouvidos pela reportagem da redeGN analisa: "infelizmente a hora não é de retornar e que a Covid-19 trouxe uma realidade de que é preciso parar e com profundidade pensar a estrutura das escolas".
De acordo com o professor falta coragem aos governantes para dizer que o ano letivo deveria ser cancelado. Ele diz que a comparação é até grosseira: "Nenhum governante teve coragem de cancelar o carnaval deste ano quando certamente os riscos eram grandes. O mesmo acontece com o retorno as aulas. O ano escolar foi perdido".
"Não existe condições de organizar as escolas com segurança, por exemplo, como garantir distanciamento, ventilação adequada. O fornecimento de água e sabão. Nós temos caixas d’água com vazamento, com ferragens à mostra, a escola onde eu trabalho tem caixa de água que não foi limpa. Como vamos fazer a higienização, a limpeza, lavar a mão das crianças, sendo que no nosso cotidiano dentro da normalidade já existia falta de água nas escolas?”, questiona, o professor que possui mais de 10 anos lecionando.
“A retomada gradual das aulas presenciais são de extrema importância para o processo de ensino e aprendizagem das nossas crianças e nossos jovens. Nenhum sistema de educação no mundo estava preparado para essa pandemia e todos nós tivemos que nos adaptar. Mas o espaço escolar tem um papel fundamental na socialização e desenvolvimento de todos e é importante preparar os nossos alunos para esse processo de volta às salas de aula”, frisou, o secretário de Educação e Esportes do Estado (SEE), Fred Amancio,
De acordo com ele, o material com o plano de retomada, elaborado em parceria com a Secretaria de Saúde e outros órgãos, será lançado em breve. “É importante que haja cumprimento de todos os protocolos por parte da escola, mas o apoio dos responsáveis pelos estudantes é fundamental neste processo. A nossa preocupação agora não é só com a saúde, mas também com a aprendizagem dos nossos alunos”, acrescentou Amancio.
Pesquisa do Instituto DataSenado divulgada nesta quarta-feira (12) aponta que, na percepção de 63% dos pais ou responsáveis ouvidos, a qualidade do ensino entre os alunos que tiveram aulas remotas, diminuiu. Para 22%, a qualidade das aulas permaneceu igual e apenas 8% indicam que houve melhora no ensino com a mudança de formato. Pelo levantamento, 75% dos pais que tiveram filhos em aulas remotas nos últimos 30 dias preferem que as aulas voltem a ser presenciais quando a pandemia acabar.
Redação redeGN/Blog Geraldo José
2 comentários
13 de Aug / 2020 às 06h56
GOVERNADOR DA BAHIA QUER MATAR PROFESSORES E ALUNOS. ISSO SIGNIFICA MAIS RECURSO FINANCEIRO AOS COFRES DELES. QUANTOS DESSES POLÍTICOS TEM FILHOS MATRICULADOS NA ESCOLA PÚBLICA???
13 de Aug / 2020 às 14h37
Certo. Mas se adolescentes e alguns PROFESSORES podem bater perna em comércio, ir aos shoppings das cidades, sentar nas portas de suas casas para bater papo, qual o problema de ir ao colégio? Não digo as crianças do infantil e fundamental 1, mas penso q de forma gradativa, seja algo a se pensar. Já que o comércio voltou, não vejo fiscalização e as pessoas têm agido como se o vírus já tivesse sido dissipado. Paciência! Abramos as escolas. Sou professor(a) e infelizmente é triste a nossa realidade.